(Crônica de Pádua Santos*)
Uma amiga minha, natural de Parnaíba,
mas que mora em Fortaleza, ao visualizar a imagem acima estampada, ligou-me
bastante apreensiva pensando tratar-se de um acidente ou até mesmo de morte.
Respondi-lhe que ficasse tranquila, pois não se tratava de uma coisa nem de
outra. Pelo contrário. Nosso Prefeito Mão Santa, que aí aparece iniciando uma
sessão de massagem, encontra-se mais vivo do que nunca. Foi reeleito no último
pleito com ampla maioria, derrotando adversários que com ele concorreram, e
mais ainda: derrotando aqueles que desistiram da concorrência porque entenderam
que suas derrotas eram iminentes. E aqui pode surgir um forte imbróglio para
nossa cidade. Se o homem já derrotou ou correu com seus adversários, e se não
mais poderá ser reeleito, quem vai ser o seu sucessor, se é verdade que ainda
não disse se vem preparando alguém para tanto? Pode surgir um forasteiro
desamorável para com a cidade, e é isto o que já se ouve falar nos bastidores
da política.
É necessário
que apareça um parnaibano como é o Mão Santa, que goste realmente do embate e
não tema derrotas. Lembro-me bem de quando ingressei na vida pública, no ano de
1992 e, ao lado do ex-Prefeito Zé Hamilton, nos elegemos, Vereador e Prefeito,
respectivamente, ambos sob sua liderança, visto que ele, naquela época, acabava
de encerrar o seu primeiro mandato como chefe maior da Prefeitura.
Zé Hamilton,
em outros pleitos, novamente assumiu a Prefeitura e eu, como Presidente da
Câmara Municipal, e também como Vice-Prefeito, eleito em 2000, por várias
oportunidades cheguei a assumir o honroso cargo de chefe do Executivo
parnaibano. Neste passo não posso negar que em alguns pleitos deixei de votar
no nosso Prefeito massageado, mas também não devo esquecer que quando do meu
ingresso na política partidária, como visto na ficha aqui publicada, foi ele o
abonador de minha filiação no então PDS – Partido Democrático Social.
Por outro
lado, ao tranquilizar minha amiga que, à primeira vista, não entendeu o que
retrata a foto, a ela informei outra impressão que tal visualização trouxe a
minha mente.
É que o Mão
Santa ali se encontra deitado com o rosto para cima, com a cabeça apoiada em
travesseiro revestido de pele de tigre, tal qual aqueles Faraós egípcios quando
morriam e eram mumificados. Encontrando-se, também, sob os cuidados do
ex-atleta do Parnahyba Sport Club, o Sr. Mário Pereira de Souza, mais conhecido
por Mário Boi. Este competente massagista foi goleiro da agremiação parnaibana
por muitos anos e não é esta a primeira vez que figura nas minhas crônicas.
Quando em 2012 lancei o meu livro “O Encantador de Serpentes e Outros Vultos
Ilustrados”, ele já ali figurava numa comparação que fiz de sua pessoa com o
famoso selo “Olho de Boi” instituído em 1834 por determinação do Imperador
Pedro II.
Agora ele volta como sendo Anúbis –
Deus egípcio dos mortos e moribundos, aquele que os egiptólogos mais
conservadores nunca souberam afirmar com certeza o animal que o representa, mas
que sempre foi associado à mumificação. E aí a imaginação: Se compararmos o
nosso Prefeito aos Faraós que foram mumificados, tendo em vista a posição em que
se encontra para receber massagens e sua forte liderança sobre o seu povo,
temos que também comparar o Mário Boi ao Anúbis. E a comparação realmente
procede. O forte olhar do moreno não nos desmente - é deveras penetrante tal
qual o olho do afamado Deus do Egito Antigo.
Pádua Santos* advogado, cronista, poeta e contista. Ex-vereador e ex-presidente da Academia Parnaibana de Letras.
Nenhum comentário:
Postar um comentário