POR: BERNARDO SILVA
Sempre, desde o final da década de 70, acompanhei o movimento artístico musical de Parnaíba, fã que era dos grupos musicais “Os Apaches” e “Os Atômicos”, de cujos integrantes viria a ficar amigo depois. No teatro, tive o prazer de fazer parte do Teatro de Amadores de Parnaíba (TEAP), de minha querida Marocas, que foi minha vizinha durante uma década e que meus filhos e minha falecida esposa acostumaram a chamá-la VÓ Maroca.
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NA MÚSICA
Na área musical, com 14 pra 15 anos, andei aprendendo tocar violão e, como integrante do grupo de Jovens “Juventude, Amor e Liderança”(JAL), da Igreja dos padres Redentoristas, participei de vários Festivais de Músicas Pastorais, vencendo 4, em primeiro lugar, desbancando artistas como Fernando Holanda e outros. Isso afora festivais de música popular que realizamos, como organizadores, junto com Aírton Alves, Gilvan Barbosa e outros amigos.
Dentre os conjuntos musicais havia, sim, competições, fofoquinhas, um pouquinho de inveja, tudo natural do ser humano. Mas a coisa chegou agora, às raias do ridículo, exatamente agora, num momento em que todos deveriam estar de mãos dadas. Tudo por falta de humildade, talvez competência (porque quem é bom se estabelece) e, acima de tudo, por excesso de ego, vaidade. Todo mundo querendo ser melhor que todo mundo, uns querendo a caveira de outros. Há exceções. Todo mundo sabe que nada é absoluto e em toda regra há exceções.
Herculano Falcão e Pedro Filho – ícones do projeto “Segunda sem Lei” (Foto:Bernardo Silva)
TENTATIVAS DE UNIÃO
Leio em redes sociais o desabafo de artistas da noite local, reclamando de colegas que tudo fazem para atrapalhar o trabalho do outro, sem respeito, sem ética ou empatia. Pena! Mas lembro que, há uns poucos anos atrás, o amigo parnaibano Herculano Falcão Filho, ex-integrante do grupo “Os Atômicos” e que fez conosco o Teatro de Amadores de Parnaíba, como o Zé do Burro, da peça Pagador de Promessas, fez várias tentativas de unir a classe de músicos, através de um DVD que ele gravou alguns anos, denominado “Segunda sem Lei”.
Fernando Holanda e Herculano Falcão – líder dos Apaches e integrante dos Atômicos, respectivamente
Pituka, Herculano e Reginaldo Mendes – a “grife” do grupo “Os Atômicos
Ele, Herculano, gastava dinheiro do próprio bolso, usava de suas economias durante um ano, vinha de São Paulo ultimamente, só pra isso. Mas ele e outros músicos, como Fernando Holanda, e o empresário Batista da Sertepa, grande colaborador do projeto, falavam do quão difícil era a luta para reunir os artistas. Trabalho duro, que terminou por falir o projeto.
Herculano e Batista da Sertepa – um grande apoiador do Projeto
E aí, onde os artistas, principalmente os que tocam na noite, querem chegar? Eles pedem socorro ao Poder Público: câmara municipal e prefeitura, mas têm algum projeto, alguma ideia de como o poder público ajudar? O que fazer???Cabe aí uma profunda reflexão. Isenta de frescuras.
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