domingo, 6 de abril de 2025

ACALT BREVEMENTE RETORNARÁ AS SUAS ATIVIDADES CULTURAIS E LITERÁRIAS

Na manhã de quinta-feira, 27 de março, antevéspera do aniversário de Tutóia, participei de dois importantes eventos quais marcaram,  inclusive, o retorno atividades culturais e literárias da Academia de Ciências Artes e letras de Tutóia - ACALT   que estiveram paralisadas por alguns anos em decorrência do falecimento de alguns dos seus principais fundadores, inclusive  membros da diretoria.

Inicialmente, às 07:30 horas, a convite da direção do Centro de Educação Maria Joana da Silva  antiga Escola "Vovó Maria Joana", acompanhado do presidente da Academia Parnaibana de Letras. Iniciei minha palestra  dizendo da satisfação dupla daquele momento, pois foi na Escola "Vovó Maria Joana" que minha neta Zaira Maria, recebeu o diploma de Doutora do ABC. Hoje a Zaira está com 16 anos. Prosseguindo  relatei sobre fatos históricos de Tutóia, bem assim dos  que presenciei, como também abordei nome de pessoas que deixaram um legado na cidade como Nonato Freitas, autor de Aquarela de Minha Terra - ou Aquarela de Tutóia, que é tocada, executada e cantada em todas as solenidades cívicas de Tutóia. Falei ainda sobre o patrono da rua - Alarico da Cunha, que inclusive é patrono de uma das cadeiras  da Academia Parnaibana de Letras - APAL.

Após a palestra e o lanche na Escola "Vovó Maria Joana" fomos participar de um café literário no "Farol do Saber" - Biblioteca Professora Marilze Melo Araújo, quando na oportunidade,  a professora Lindalva Lima , coordenadora do "Farol do Saber" anunciou que a ACALT poderia promover suas reuniões naquele recinto, visto que dar apoio  e propagar a cultura local é também uma das funções daquela biblioteca. Antonio Gallas,  Verônica Damasceno, Socorro Damasceno  e Rita Damasceno,  membros da ACALT presentes ao evento,   em nome dos demais membros do sodalício agradeceram à professora Lindalva Lima por esta iniciativa.

Muitos pensam que a ACALT havia paralisado suas atividades. Pelo contrário. mesmo com a impossibilidade de reuniões, alguns de seus membros continuaram a produzir arte e literatura. Abdon Andrade, Antonio Gallas,  Corrinha Damasceno, Rita Damasceno, Verônica Damasceno e Sérgio Ramos participaram da coletânea "Seleta Tutoiense", como também da coletânea "Minha Terra Pequenina", além de livros solos lançados neste período sem reuniões como  "Palavras e Pensamentos" de Rita Merequeta, lançado em 2022, "O Penico da Vovó" de Conceição Oliveira - a Ceiça, lançado em 2024, e agora por último "Tchau Medo do Escuro" de Gabrielle Ramos. "O Penico da Vovó" e "Tchau Medo do Escuro" são livros infantis. 







O evento, no "Farol do Saber" que foi organizado pela , professora Lindalva Lima e sua equipe,  coincidiu com o aniversário do saudoso jornalista Rubem da Páscoa Freitas (in memoriam) que também pertenceu a ACALT e a APAL. Rubem era natural de Tutóia mas foi ainda jovem para Parnaíba, onde deixou um importante legado na comunicação social daquela cidade piauiense. 

Além dos membros da ACALT já citados e do escritor José Luiz de Carvalho representando a Academia Parnaibana de Letras - APAL, estiveram presentes escritores, poetas,  comunicadores,  educadores, advogados, enfim amantes das letras, entre os quais  Edilson Caldas, Elivaldo  Ramos, Merval Filho, Valdinete Soares e Helenice Barroso.  Também participaram do evento  o ex-secretário de Educação de Tutoia, Agostinho Barbosa Neto, a Procuradora-Geral do Município, Lenícia Alves, e o secretário de Fazenda, Reginaldo Rolim.

Um evento bastante proveitoso para a cultura de Tutóia, principalmente para a ACALT que terá agora um local para suas reuniões e encontros da entidade.

A seguir fotos dos eventos












Eu, Antonio Gallas com a Dra. Lenícia Alves, procuradora-geral do município 


Escritora Rita Merequeta e eu, Antonio Gallas



José Luiz de Carvalho, presidente da APAL autografando
livros e Almanaques da 
Parnaíba para doação à Biblioteca 


SONS DE UM TEMPO DOURADO

Foto meramente ilustrativa

 VELHOS TEMPOS - BELOS DIAS

Antonio Gallas

 

Minha querida, saudações
Escrevo esta carta
Não repare os senões...”

(Waldick Soriano)

 

“Quando o carteiro chegou

 e o meu nome gritou

 com uma carta na mão...”

 (Vanusa)

 

“...escreva uma carta meu amor

e mande outro beijo por favor...”

(Roberto Carlos)

 

 “Escrevo-te estas mal traçadas linhas, meu amor
porque veio a saudade visitar meu coração...”

(Renato Russo e Erasmo Carlos)

 

Ah a carta!

Que bom quando recebíamos uma carta trazendo notícias do(a) bem amado(a), de pessoas da família, de amigos etc....

Esperávamos notícias boas, mas nem sempre aconteciam, como diz a cantora Vanusa na sua canção “Mensagem” que ao receber o envelope bonito, reconheceu no subscrito a caligrafia de alguém que um dia afirmara estar farto dela. Assim sendo, na canção a cantora afirma:

” Porém não tive coragem de abrir a mensagem
Porque na incerteza
Eu meditava e dizia
Será de alegria?
Será de tristeza?”

 

Tanto a música “Mensagem” quanto as outras acima citadas fizeram muito sucesso nas décadas de 1960/1970.

            Ah!  Quantos beijos! Quantos abraços! Quantas saudações foram enviadas através de cartas!

Na minha cidade natal, Tutóia, no litoral do Maranhão, o Carteiro faz parte dessa história! O funcionário do então DCT – Departamento de Correios e Telégrafos era pessoa íntima das famílias, principalmente das moças que os namorados residiam em outras cidades e ficavam ansiosas em receber notícias dos seus amores distantes.

Quando ouvíamos o forte bater das palmas e escutar aquela voz estridente pronunciar bem alto a palavra “Correios”, já sabíamos: era o carteiro trazendo as cartas ou telegramas. Corríamos todos para a porta,  curiosos para vermos que correspondência o Carteiro trazia, que poderia ser carta, telegrama ou revistas e jornais, pois nessa época não existiam bancas de jornais e as revistas e jornais eram enviados através dos Correios. Telegramas e revistas eram destinados aos nossos pais, mas nós, adolescentes na época, moças ou rapazes, na ânsia de recebermos notícia do amor distante, éramos os primeiros que corríamos para receber este personagem, ainda hoje tão   importante e merecedor de nosso respeito e gratidão.

Muitas moças casaram-se com carteiros.

Lembro muito bem de alguns da minha infância, juventude e também da vida adulta.  O seu “Biné”, o “Nonato do Nozin”, Didi e todos tinham o respeito e a amizade dos tutoienses.

Hoje a história é diferente. O Carteiro ainda existe, mas as cartas são outras. Não são mais cartas de amor, mas de cobrança, boletos para pagamentos de compromissos, faturas de telefonia, produtos comprados pela internet e as vezes livros enviados por amigos. As cartas ou declarações de amor são enviadas pelo Whatsapp, instagram e outros artifícios proporcionados pela tecnologia, principalmente agora com o uso da IA – Inteligência Artificial.

Agora só resta a nostalgia! Recordar os bons momentos vividos na infância, juventude e também na vida adulta! E como disse Roberto Carlos na sua canção “Jovens Tardes de Domingo”

VELHOS TEMPOS - BELOS DIAS

Nota do Redator

A agência dos Correios e Telégrafos em Tutóia foi instalada em 13 de fevereiro de 1908 pelo então presidente da República Afonso Pena que visitara a cidade dois anos antes e prometera ao seu fundador,  coronel Paulino Neves, que tão logo chegasse ao Rio de Janeiro, então capital do Brasil,  assinaria um decreto   criando  uma agência dos correios para Tutóia. À época,  os Correios eram chamados de Correio-Mor. Depois houve diversas mudanças no nome e na estrutura da empresa. DCT – Departamento de Correios e Telégrafos, EBCT – Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos e agora simplesmente ECT – Empresa de Correios e Telégrafos. 

 

 

 

 

 

sábado, 5 de abril de 2025

SONS DE UM TEMPO DOURADO

 

Imagem meramente ilustrativa copiado do site Casa Vogue - Globo.com 

SAUDOSA MALOCA

–  Cê tá admirado da artura desse edifiço, né seu moço? Pois saiba que ali foi minha morada por muitos anos.

  –  Como assim?, perguntou o cidadão bem trajado,  terno azul-marinho,  gravata  branca com listras azuis; segurava uma pasta do tipo 007; estava em pé, na calçada de outro edifício, no  lado oposto da rua  esperando o semáforo ficar vermelho para que pudesse atravessar,  e quem sabe, dirigir-se ao edifício alto que ele estava a observar. Olhou para o seu interlocutor com um ar de desconfiança, visto que o mesmo estava com ares de morador de rua, mas ao mesmo tempo despertou-lhe uma certa curiosidade e perguntou: o que aconteceu? Conte a história...

 – Pois foi ali seu moço, que eu, o Mato Grosso e o Joca, construímos a nossa maloca. Eu me chamo Adoniran Judson, sou vindo do Maranhão, o Mato Grosso, o nome dele mesmo é João Batista, recebeu o apelido de Mato Grosso, porque veio daquele estado, e o Joca, o nome verdadeiro é Joaquim Vidigal, é do Pará. Nois trabaiava num garimpo no Pará. Viemo pra São Paulo porque disseram que a vida aqui era melhor... e foi, até certo tempo...

À essa altura o semáforo já havia ficado vermelho, verde, alaranjado por mais de uma vez. O cidadão interessou-se pela história do Judson e pediu:

 – Conte mais senhor.

“Eu sou pedreiro, o Mato Grosso, ajudante de pedreiro, e o Joca, mestre de obras, construtor, um tipo de engenheiro, só pela intuição, porque nois não temo estudo. Mas todos nois bota a mão na massa” – prosseguiu. “Quando aqui cheguemo, tinha poucos prédios nesse bairro. Muito pouco. Ali era uma casa véia, um palacete assobradado, abandonado, já caindo as paredes. Bem ali mesmo, na esquina da Rua Aurora com Santa Ifigênia, neste bairro chamado de República”. O bairro era um lugar acolhedor, onde todos se conheciam e se ajudavam. Continuou Adoniran, nós trabaiava nas construção de casas. As sobras de tijolos, cimento, cal, telhas e outros material, nois ganhava e trazia pra cá. E foi assim seu moço que eu, o Mato Grosso e o Joca, construímos nossa morada. Como eu falei o bairro era calmo. Nos domingos de manhã nois ia assistir à missa na igreja de Santa Ifigênia; depois da missa aproveitava para reunir com os amigos assistir os               Demônios da Garoa, (que o chefe era meu charapa) tocando no “Bar dos Amigos” que ficava bem próximo de onde nois morava. Ah tempo bom! Ninguém brigava, não se andava armado, só se respeitava! Mais um dia, "nois nem pode se alembrá,  veio os home com as ferramenta e o dono mandou derrubá". "Que tristeza que nois sentia pois cada tauba que caía doía no coração". "Mato Grosso quis gritá, mas por cima eu falei que que os home tão com a razão e nois arranja outro lugar". E foi então que o Joca disse a frase que “Deus dá o frio conforme o cobertor”.  Eu sinto saudade seu moço, eu sinto saudade daquele tempo dourado de paz! E quando eu sinto saudade, eu venho aqui e fico espiando, espiando lembrando daquele tempo bom que o bairro era acolhedor, repito, que nois morava aqui e que não tinha a violência que hoje tem.

O cidadão que até então estava calado, limitando-se apenas a ouvir perguntou: “e hoje? Como vocês estão?” Ao que ele respondeu: "e hoje nós pega a paia nas gramas de um jardim" na Praça da Sé. 

O semáforo acendeu a luz vermelha, o cidadão despediu-se apenas com um “passar bem” e seguiu seu destino.

                                 XXXXXXX

Dias depois, numa manhã de domingo um automóvel de luxo para no Jardim onde eles estavam a morar. O motorista desce, procura quem eram os  que tinham aqueles nomes e quando informado, dirige-se até eles e disse-lhes: “meu patrão soube que vocês trabalham em construção e que são bons profissionais.  Ele pediu que eu viesse busca-los porque ele tem um trabalho para que vocês.   Entrem no carro por favor". Os três entre entreolharam-se e seguiram as ordens do motorista. No percurso, até chegarem a uma luxuosa mansão, não houve qualquer diálogo entre os quatro. Na mansão foram recebidos pelo proprietário, um cidadão educado que mandou os três sentarem-se nas cadeiras do jardim à beira da piscina e solicitou que os esperassem por um momento. Enquanto isso, uma doméstica os serviu com suco de uva e salgadinhos.

Adoniran reconheceu que se tratava do homem com quem conversara naquele dia em frente ao prédio onde outrora foi a morada dos três. Em poucos minutos o cidadão retorna e entrega-lhes um chaveiro contendo várias chaves, um envelope branco, lacrado, sem nada escrito, e lhes diz: “esta é minha gratidão por terem aceito a demolição da casa que vocês construíram sem nunca terem questionada nada na justiça.”   Comprei aquele prédio dos herdeiros de uma família cujos proprietários já haviam falecidos, prossegue o cidadão, construí aquele edifício alto, mas para isso vocês tiveram que ser expulsos do lugar. Fiquei sensibilizado com o que me contou este cidadão aqui apontando para Adoniran, e para compensá-los, estou presenteando-lhes com uma casa mobiliada no Bairro Santa Cecília, própria para vocês morarem. Neste envelope está uma procuração ao Cartório para que vocês transfiram, vendam ou façam o que quiserem com a casa. E tem mais, disse o cidadão, trabalharão para mim, em minhas construções enquanto quiserem.

Perplexos, Adoniran agradeceu em nome todos, enquanto lembrava-se das palavras do Joca: Deus dá o frio conforme o cobertor...

 

Texto do livro Sons de um Tempo Dourado - crônicas e contos (ficção nada de realidade) tendo por base as músicas que fizeram sucesso nas décadas de 1960/1970/1980 e mais.

 

 

BERNARDO SILVA ESCREVEU

 

Há 50 anos eu iniciava no meu primeiro emprego

Era o dia 31 de março de 1975. Aniversário da “Redentora “(Golpe Militar de 64), como dizia o jornalista Batista Leão. E eu, aos 17 anos, adentrava a redação do jornal Folha do Litoral para fazer um teste para ser revisor do jornal que tinha o professor Antônio Galas como diretor de redação. Ele substituiu o jornalista maranhense Luís de França, que havia ido morar em São Luís, onde trabalhou no Jornal Pequeno. E também  seguiu com o  ele o filho Jorge, que era o revisor, deixando vaga a função. Trabalhando junto com meu irmão, Professor Assis, professor Gallas falou da necessidade de um revisor para o jornal. Sabendo que eu estava apto para a o cargo, por ter sempre sido bom em português, meu irmão me indicou. E lá fui eu. O teste foi fazer um pequeno texto sobre o dia 31 de março – aniversário da revolução. Fiz e passei. Começava ali o meu primeiro emprego.

Longa caminhada

Atualmente minha psicóloga vive sugerindo que escrevamos um livro – ela e eu- sobre assuntos diversos, onde eu poderia contar muito de toda a minha trajetória profissional. Mas esta é outra história. Só sei que me orgulho da profissão que abracei naquele ano. Entrei no jornal em março e, logo a seguir, no mês agosto, comecei um programa de rádio, na saudosa Educadora de Parnaíba, nas noites de domingo, com o nome “O Som Nosso de Cada Dia”. Só rock pauleira, como seria normal a um jovem de 17 anos.

Figuras ilustres

Naquele início de carreira conheci figuras ilustres, de grande destaque social, que só mais tarde descobriria a grandeza daquelas personalidadades. Exemplo: Dr. Fontes Ibiapína, que tinha uma coluna de crítica literária no nosso jornal. Aprendi muito revisando suas matérias. E por que a revisão/correção dos textos? Porque ao irem para a oficina da gráfica o texto era composto letra por letra, os chamados tipos, visto que o jornal era o mais artesanal possível (muita gente nunca ouviu falar desse processo). E vieram outros como o ex-juiz Anchieta Mendes, o rotariano R. Ferraz Filho, avô do amigo advogado Fernando Ferraz; ex-juiz e intelectual Magalhães da Costa, dentre tantos outros. E tive a honra de haver contribuído para que fossem publicados no nosso jornal os primeiros poemas do Escritor e juiz aposentado, Elmar Carvalho.

Portanto, já disse pra minha psicologa que o livro vai sair. São muitas histórias. Vou continuar escrevendo algumas delas aqui neste espaço. Este ano todo vai ser de comemorações pelos meus 50 anos de atividades no jornalistmo impresso, no rádio,  tendo passado pela televisão também e hoje militante ativo da grande rede. 2025 será o ano de ouro deste escriba cansado velho de guerra.

Postado no Blog do B Silva em 04/04/2025

sábado, 1 de março de 2025

UMA TARDE FELIZ!





Há mais de um mês sem colocar qualquer postagem em meu blog - a última  foi em 22 de janeiro passado com a crônica "engenharia de cuia" do escritor Pádua Marques,   , retorno hoje, 01 de março, sábado de carnaval, não para falar sobre folia momesca, mas da visita que fiz a  um amigo que deixou-me bastante feliz, daí inspirou-me escrever UMA TARDE FELIZ!

Por várias vezes prometi ao amigo Milson Brandão de Medeiros Filho, o Milsinho, que quando eu estivesse em Tutóia  iria visitá-lo. O Milsinho  desde 2023 tem passado por momentos difíceis com a saúde, inclusive já esteve na capital São Luís em tratamento, submetendo-se aos mais melindrosos tipos de exames e cirurgia, entretanto, com a força, e a vontade de viver, Milsinho  tem vencido  esses obstáculos que a vida lhe impõe. 
Foi na  tarde de     quinta -feira, 27 de fevereiro que tive a oportunidade de visitar este amigo querido. Fui recebido por ele e por sua filha Milena que é formada em Biomedicina. Nossa conversa foi repleta de risos e lembranças felizes. Ver o sorriso no rosto dele, mesmo que por um momento, foi um bálsamo para minha alma. Nossa amizade é um tesouro precioso, pois é a continuação da amizade que tinha com os pais , o Milson e a Lurdinha, principalmente o Milson que além de ser um apreciador da boemia, assim como eu, recebeu de minha pessoa, aulas de língua inglesa, pois pretendia viajar pela Europa (e viajou) como o próprio Milsinho colocou nas redes sociais após minha visita:

"Em 27/02/2025 estive com satisfação e honra a visita do amigo.
Sr. Antônio Gallas Pimentel
Professor, radialista e membro da Academia Parnaibana de Letras.
Residente em Parnaíba -PI, porém estando em passeio por Tutóia MA e visita a amigos. Foi amigo de meu pai (saudoso) e coincidência professor de inglês conversação ao qual frequentei, então desde nos conhecemos.
Momento agradável em recordações, diálogos e fotos da época antiga Tutóia.
Bençãos e Gratidão 🙏"

Conversamos bastante. Tiramos fotos, mostrou-me o seu acervo de fotografias, sua  biblioteca ilustrada com obras de autores tutoienses, e ainda presenteou-me com  um abadá do "Bloco Vai-quem-Quer" um dos mais antigos e tradicionais blocos carnavalescos de Tutóia, no qual seu pai, Milson Brandão", eu e outros amigos que já estão no plano espiritual, desfilamos no domingo de carnaval quando o bloco saía às ruas de Tutóia.

Milsinho é um grande ecologista e  desbravador da cultura de Tutóia. O blogueiro Elivaldo Ramos, em data de 12 de outubro de 2024 o homenageia,  e traça  seu perfil biográfico completo, da  infância à vida adulta. Relata atividades que o mesmo desenvolveu no município. Da postagem do"Blog do Elivaldo Ramos" destaco o seguinte: 

"Homenagem ao ilustre tutoiense Milsinho Medeiros Filho

Neste Dia das Crianças, quero destacar a atuação de Milsinho Medeiros, tutoiense que dedicou boa parte de sua vida a ações sociais em Tutóia. Seu compromisso e dedicação têm impactado positivamente a vida de muitas crianças e famílias da região, deixando um legado de solidariedade e cuidado com o próximo''.


Em outra parte do Blog Elivaldo destaca:
 "Casa museu
Transformou um cômodo de sua casa em um espaço museu, tendo montado uma biblioteca com obras raras de escritores tutoienses e um espaço onde recolhe utensílios e peças antigas da memória da cidade, onde recebe alunos de várias escolas que fazem visitação com fins de estudo, naquele espaço Milsinho Medeiros mantém um estande de fotografias com todas as ações realizadas ao longo de sua atuação no social.
Entre os anos de 2022 e 2023, recebeu visitas de um grupo de estudantes do colégio Nemésio Neves, respectivamente, turma do 5° e 4° ano, sob a coordenação da Professora Marinalva Luz, em deferência ao aniversário da cidade. Recebeu também turmas do Colégio Almeida Galhardo e outras escolas municipais."
Ao sair da casa de Milsinho, senti uma sensação de paz e gratidão. A tarde que começou com uma mistura de tristeza e preocupação se transformou em uma tarde feliz, repleta de amor e amizade. E isso é algo que vou carregar comigo por muito tempo, pois momentos como esses me fazem lembrar da importância de estar ao lado das pessoas que mais importam. 
Por isso não tenho como não dizer que foi UMA TARDE FELIZ!








quarta-feira, 22 de janeiro de 2025

A CRÔNICA DE PÁDUA MARQUES

 

Engenharia marca cuia

 Pádua Marques*

Até o mais rabugento mestre de obras e o servente de pedreiro mais pé de chinelo desta Parnaíba sabe que, se fosse chamado a dar sua opinião sobre aquela obra da ponte que leva o nome do comerciante e industrial Virgilio Machado, haveria de dizer que aquilo estava no lugar errado e mais cedo ou mais tarde acabaria em prejuízo, como realmente acabou acontecendo no final da semana passada. Qualquer ser humano vendo aquela obra de engenharia maluca haveria de dizer que aquilo era uma obra de arte fadada ao desperdício de dinheiro e a ostentação.

A engenharia civil brasileira no estágio em que se encontra,  está muito, mas muito longe daquele padrão de qualidade exigido pra obras de grande porte. Desde o instante em que o Brasil na atual administração se meteu a fazer obras como esta,  que eu ando com as orelhas em pé. Me pelo de medo.  Isso sem falar nos vários problemas em viadutos, pontes, rodovias, vilas olímpicas e nos estádios que foram construídos pra desnecessária Copa do Mundo em 2014. Encheram o Brasil de estádios e esqueceram as rodovias e os portos.

Muitos equipamentos dessas chamadas obras de arte, foram iniciados e não foram finalizados,  e aqueles que foram finalizados ficaram abaixo da expectativa da finalidade. Coisa de um governo que queria porque queria projeção internacional a qualquer custo. Aqui no Piauí, nessa Parnaíba distante da modernidade, temos exemplos próximos e recentes. Essa birra de velho por querer um porto de mar em Luz Correia que não deu em coisa nenhuma.

Isso sem contar os vários conjuntos habitacionais construídos para o programa Minha Casa, Minha Vida que  quando não apresentam defeitos de construção, mau emprego de materiais, paralisam por denúncias de corrupção nas licitações e contratos de serviços. Aqui mesmo nesta Parnaíba tem um desses conjuntos, lá pros lados do Instituto Federal, quase no final da longa avenida Francisco Borges. Foi abandonado e correndo o risco de ter todo seu material, portas, janelas, pias, telhados, instalação elétrica e hidráulica, roubado. Dinheiro da Caixa Econômica Federal jogado no mato.

Vez por outra a gente só ouve dizer ou vê pela televisão que esta ou aquela obra por este Brasil de mata adentro está no chão e virando um monte de entulho. Coisa de engenharia marca cuia. Assim como a educação e a assistência à saúde. Agora me vem e acontece uma merda dessas naquela ponte da Nações Unidas e que leva, infelizmente, o nome de um comerciante genial. Agora não tem mais esse negócio de, valei-me Nossa Senhora e coisa e tal. Agora não tem que ficar apontando o dedo sujo pra esta ou aquela direção. O estrago está feito.

Ganância? Qualificação baixa? Material de péssima qualidade? Burocracia nos processos licitatórios?  Excesso de zelo e estrelismo profissional? Difícil dizer se uma ou todas essas situações juntas.

O certo mesmo é que o mais humilde servente de pedreiro daqui de Parnaíba não aconselharia a construção de uma ponte numa região úmida daquelas, , praticamente suspensa no ar e sustentada por colunas isoladas e esparsas. E a prefeitura daqui lá tem culpa sim porque não sei onde tinha a cabeça que permitiu uma idiotice daquele tamanho.

É o mal que acomete muitos prefeitos, o de querer por querer deixar uma marca em obras de grande impacto visual pra na velhice mostrar pra os netos e bisnetos. Utilidade que é bom, nada. Falar em engenharia, querem outro exemplo? Eu sempre achei de um mau gosto tremendo e de um risco desnecessário aquela casa construída em cima das pedras na praia da Pedra do Sal aqui em Parnaíba. Não é desejando mal não, mas do jeito que anda o mar zangado é melhor sair de perto. 

 Pádua Marques* jornalista e escritor, cronista, romancista e contista, membro da Academia Parnaibana de Letras e membro do Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico de Parnaíba.

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Emil
 


terça-feira, 21 de janeiro de 2025

TRAÇOS DA VIDA E DA OBRA DE VAN GOGH

 

Conforme amplamente divulgada na imprensa  e mídia local, foi realizada com muito sucesso a  palestra com o tema  TRAÇOS DA VIDA E DA OBRA DE VAN GOGH proferida pelo médico magalhense Francisco Chagas Lima e Silva, membro da Academia Mineira de Medicina e da Academia Magalhense de Letras - ALMAG,  da sua terra natal - Magalhães de Almeida.

O evento  realizado na sexta-feira,dia 17, no auditório central da UFDPar,    iniciativa da Academia Parnaibana de Letras - APAL  contou com o apoio da  Reitoria da Universidade Federal Delta do Parnaíba  - UFDPar.     Teve a participação de  um público  seleto, composto .de  pessoas da sociedade parnaibana, intelectuais, admiradores da obra do pintor,  além de pessoas vindas do vizinho estado do Maranhão como a professora Joanna Coutinho,  de Araioses,  e o professor Gilberto Wagener,  de Magalhães de Almeida. A professora Joanna Coutinho é fundadora e presidente Grupo Reviver ❤️Terceira Idade em Ação, enquanto que o professor Gilberto Wagner é o fundador e presidente da Academia Magalhense de Letras - ALMAG , entidade da qual o palestrante é membro e ocupa a cadeira de   número 01 que tem como patrono o Dr. João Renor, que inclusive foi professor na Universidade Federal  Federal do Piauí, em Teresina.

Antecedendo a fala do palestrante, o  músico parnaibano Gregório Neto animou a parte musical do evento, executando e cantando belíssimas canções do repertório nacional, inclusive em solo e acordes do violão executou o Hino da Parnaíba, recebendo aplausos de todos.

A palestra agradou a todos, enriqueceu o conhecimento dos presentes,  e ao final, Dr. Chagas recebeu cumprimentos,  abraços e todos queriam ser fotografados com ele. 

Diante do sucesso, a APAL, agora em parceria com a UFDPar, pretende realizar outros eventos semelhantes para dar continuidade ao projeto ACADEMIA VIVA, instituído desde 2017 quando a  atual diretoria tomou posse em seu primeiro mandato. Vejam algumas fotos do evento:




O cerimonial ficou a cargo do poeta e escritor Daltro Paiva.

Texto: Gallas Pimentel

Fotos:Darlan Silva - o reporter