domingo, 21 de janeiro de 2024

O ADEUS À DIANA - PARTE II

A estrelinha barulhenta foi pro céu. Ficou só a saudade! 

(Maria de Jesus Porto (Tilinha)


 MAIS HOMENAGENS
        Alem das que já foram citadas na postagem  anterior deste blog, Diana continua sendo alvo de homenagens por parte de seus inúmeros amigos e admiradores. Na Missa de Sétimo Dia, realizada no dia 15 do corrente na Igreja Matriz de Nossa Senhora de Nazaré,  em Tutoia, o advogado, escritor e coach Sérgio Ramos, também um dos Grandes Amigos de Diana, reunindo as forças para controlar a emoção, a homenageou com o seguinte pronunciamento:
        " HOMENAGEM PARA DIANA CANAVIEIRA FONSECA 
Para a minha melhor amiga de todos os tempos 

Abertura
 
        Queridos amigos, familiares e todos os presentes, agradeço a cada um por estar aqui, unindo-nos em memória e celebração da vida de nossa querida amiga, Diana Canavieira Fonseca. Hoje, dedicamos este momento a relembrar e honrar uma pessoa cujo brilho e amor deixaram marcas indeléveis em nossos corações. 
        Antes, expresso a minha gratidão pelo convite para fazer essa homenagem. Mais uma vez me sinto totalmente privilegiado.  Obrigado!
         Nesta missa do sétimo dia, celebro a vida repleta de luz, amor e alegria de nossa querida amiga Diana Canavieira Fonseca. Ela partiu, mas a presença energética continua viva em nossas memórias e corações, deixando um legado de carinho e amizade que jamais será esquecido. 
          Diana partiu deste plano e entrou para o Plano de Deus. Sua essência, repleta de amor, foi também ressuscitada em nossas mentes e corações, onde permanecerá para sempre. Sua presença será eterna, pois ela não apenas viveu, cultivou relacionamentos profundos, deixando raízes que continuarão a florescer. É isso que chamamos de legado. Ela vive em nossas histórias, em nossos sorrisos relembrando os momentos compartilhados e na inspiração que suas ações nos proporcionaram e proporcionam.
             Familiares, amigos, e todos aqueles que compartilham o carinho por Diana, estamos reunidos, mais uma vez, para lembrar e homenagear uma mulher extraordinária, cheia de vida, alegria e paixão. 
            O fato é que a sua morte física é apenas uma transformação, como a metamorfose de uma linda borboleta, que depois de tanto se doar, cria asas e voa para nunca mais voltar. Voou somente após deixar imagens nítidas de uma vida plena e livre. Assim, Diana transcendeu para um estado onde sua energia vital permanecerá inesgotável. Nas lágrimas de saudades, nas memórias que nos arrancam sorrisos e na força que ela emprestou a cada um de nós, testemunhamos a sua contínua ressurreição em forma de energia poderosa.
            Seu corpo reside nas terras de sua cidade natal. Está guardado no melhor lugar do mundo, como ela não cansava de falar. “Menino, eu já estou no Paraíso, não preciso ir para lugar nenhum”. Foi feita a sua vontade da forma mais natural possível. O Paraíso a qual ela se referia é Tutoia, que também é o meu Paraíso. Era um ponto em comum entre tantos.

 Amor infinito pela sua família, amigos e por sua terra 
            Diana tinha um amor incondicional por sua família e seus amigos, que eram tesouros preciosos que ela cultivava com todo carinho e dedicação. A amizade para ela, era um bem inestimável, e seu coração transbordava de alegria ao ser rodeada por aqueles que amava, recebendo-os em seu Paraíso – Bom Gosto - e servindo a todos sempre com a sua melhor versão, com o melhor que poderia oferecer, principalmente em termos de comida e aconchego. Nunca estava só. Cada risada compartilhada, cada conselho sábio, cada gesto de generosidade são sentimentos que germinarão continuadamente em nossas recordações, como uma nascente de rio. Não por acaso, um dos versos que ela mais gostava, foi retirado de um dos artistas que ela admirava, Roberto Carlos, da música Eu quero apenas: Eu só não quero cantar sozinho / Eu quero um coro de passarinhos / Quero levar o meu canto amigo / A qualquer amigo que precisar / Eu quero ter um milhão de amigos / E bem mais forte poder cantar. Para mim, essa é a síntese dessa mulher maravilhosa. Ela valorizava os relacionamentos e isso a fez viver feliz. 
            Os relacionamentos é a principal fonte de felicidade, quando são saudáveis, segundo uma pesquisa que durou mais de 80 anos e continua. Por outro lado, relacionamentos tóxicos são fontes de infelicidade. Então, se queremos ser felizes ou mais felizes, devemos investir em relacionamentos.                     Diana era feliz, o que significa que seus relacionamentos eram, na sua maioria, saudáveis e verdadeiros. Era mestra em cultivar relacionamentos. Ficou a lição entre tantas.
 Dedicação à educação 
            Como educadora, Diana dedicou muitos anos moldando mentes e corações. Sua paixão pelo ensino refletia não apenas em suas aulas, mas na maneira como ela impactava positivamente a vida de seus alunos. Uma das coisas que a deixava muito orgulhosa, era ser reconhecida em lugares públicos por algum aluno e receber o devido reconhecimento. Ficava radiante, a me dizia: “Menino, ganhei o dia”
Alegria Contagiante 
            Diana era uma fonte inesgotável de alegria. Sua risada contagiante ecoava por onde passava, enchendo cada momento de calor humano. Ela encontrou felicidade nas coisas simples, nas festas populares, na música que a fazia dançar. Eclética, desenvolveu uma técnica de dança que a possibilitava dançar qualquer ritmo, seja samba, disco, carnaval, jovem guarda, bumba meu boi e outros. Suas histórias alegravam a ela mesma e a quem as escutassem. Era uma fonte inesgotável de lembranças, graças a sua memória maravilhosa. Era uma inimiga ferrenha do silêncio e da tristeza. 
Amor pela música 
              A música era sua companheira constante. O refrão "a maior saudade de todos os tempos" tornou-se um eco melódico que ressoa em nossos corações, recordando-nos do amor e da saudade que Diana nos deixou. Essa música passou a representar a vasta trilha sonora da sua vida. Todos que tiveram o privilégio de conviver com ela, ao ouvir essa música, ganharão de presente a imagem vívida da sua alegria e vontade de viver.
                Tive o privilégio de estar junto no momento em que ela pediu, pela primeira vez, essa música para o Rafael, do Pagode Trevo, lá em Barreirinhas. E a partir daí, ela nem precisava pedir. Quando entrava no recinto, era devidamente anunciada e a música tocada especialmente para ela. Eu mesmo tive que inclui-la no meu repertório. Inclusive, o perfil do Pagode Trevo fez uma linda homenagem, com esse refrão. Tive o privilégio de contribuir com a sua alegria e felicidade cantando e tocando as músicas que ela gostava e, não por acaso, também eram e continuam sendo, as minhas preferidas. A música ainda é o nosso maior elo.
 Posicionamento forte e respostas infalíveis               
                Diana tinha uma personalidade marcante e irreverente. Seu posicionamento forte e respostas prontas mostravam sua determinação e sinceridade. Ela não apenas contava suas histórias, mas as vivia intensamente. Utilizava a sua própria experiência para orientar quem precisasse como se fosse verdades absolutas. Era vasta a sua caixa de ferramenta. Lá tinha solução para todos os males do coração, da mente, do corpo e também para o mundo. 
Ser imperfeito
                Diana Canavieira, em sua vivacidade, com seu coração sempre transbordando de alegria, cultivava um paradoxo em particular. Natural para um ser humano, pois não há um único exemplar da nossa espécie que seja perfeito, o que significaria a imortalidade física. É a nossa imperfeição que nos leva a morte.
                 O paradoxo se revelou na sua alegria exuberante e total vontade de viver, mas ao mesmo tempo negligenciava os cuidados mais triviais com a saúde. Diana, movida pelo amor a vida por vezes deixava de lado a atenção devida à sua própria saúde.
                 Isso serve apenas como registro, pois por mais que desejamos adotar como um alerta, isso não nos livrará da morte certa. Afinal, assim como ela, somos todos imperfeitos. Ponto!
                 O certo é que, praticando ou não todos os cuidados conhecidos que a medicina oferece, jamais venceremos a nossa imperfeição. Afinal, não se morre só por doença. Essa é a realidade. 
                Se cuidar ou não é uma decisão personalíssima. O importante é viver em paz e tranquilo como viveu a nossa estimada amiga. Não cabe julgamento, porque somos todos imperfeitos, ou seja, iguais a ela. Vamos falhar! Isso é certo como o nascer do Sol por trás da Ilha do Coroatá num dia sem nuvens, refletindo seus raios nas águas abençoadas do nosso mar que ela tanto amava.
                 Podemos a adotar todos os cuidados e pedir para outras pessoas façam o mesmo, mas na prática, serve apenas para desencargo de consciência, porque quando chegar o dia, nada disso funcionará.
 Nessa linha, não há motivos para possíveis culpas pessoais ou de terceiros. Salvo que a falha seja gritante violação da lei dos homens, cabe uma reparação pelo caminho jurídico. Mas isso não resulta em ressurreição, mas apenas em compensação material e punição para o suposto culpado. Na ânsia de salvar o nosso ente querido, o nosso bem mais precioso, infantilmente passamos a acreditar que médicos são infalíveis, bem como outros profissionais. Médicos apenas seguem protocolos que objetivam a recuperação da saúde de seus pacientes, instrumentalizados pelo Criador, o que não significa necessariamente cura. 
                Quando se fala em morte, a questão passa para um patamar totalmente desconhecido, porque está há anos luz de distância do nosso limitado entendimento. Pode ocorrer que um médico, por exemplo, tenha o diagnóstico certo, seguiu rigidamente o protocolo certo, da forma certa e o paciente pereceu. Por outro lado, um doente grave é salvo sem nunca ser atendido um por médico. Existe muito mais números entre zero e um do que possamos imaginar.
                 Questões de vida e morte estão sob a regência de Deus. Ele opera através de seus filhos, seres humanos imperfeitos, nos dois casos. Uma evidência, Deus usou um ser humano para conceber seu Filho e usou outros seres humanos para matá-lo. Critérios como ser bom ou mau, preto ou branco, rico ou pobre, ateu ou crente, hétero ou homossexual, novo ou velho, entre tantos outros jamais serão critérios para justificar ou explicar morte. A forma também não segue uma lógica humana. Há apensas um critério para a morte: estar vivo. São reflexões, somente. Uma forma particular de ver a morte que me permite seguir a vida sem culpa ou sem apontar culpados. Só há uma história: a que aconteceu, o resto só serve para alimentar sentimentos negativos, geralmente estimulados pelo “e se...” ou “eu devia”. 
Despedida
                Diana deixa saudades profundas em seu filho Otávio, sua filha Krishna, seu neto Kaique, familiares e em todos nós, seus amigos saudosos. Que possamos lembrar dela com alegria, celebrar a vida, mantendo viva a chama do amor, da amizade e de tudo que conseguimos aprender com ela.
                 Foi apenas seu corpo que nos deixou, o verdadeiro tesouro está em nossas mentes, corações e na prática diária de seus ensinamentos, seja pelo exemplo ou por sugestão. É assim que manteremos a sua imortalidade, pois quem morre é o corpo, mas as ideias ficam. 
                Certamente, a Diana encontrou paz em sua jornada e teve a devida acolhida do Criador. 
                E para encerrar, vou compartilhar uma coisa que ela me disse e que usei muitas vezes em várias circunstâncias, que há deixava sempre muito feliz. Acredito até que não foi apenas um privilégio meu esse compartilhamento, certamente outros sabem disso. 
                 Não sei bem como chegamos nessa conversa, mas ela revelou que o melhor reconhecimento que poderia receber de alguém, e vou dizer com o consentimento da Vossa Reverendíssima Padre [nome do padre], é o seguinte: “Diana, você é foda!” 
                Assim, agora encerrando, convido-os, com a já anunciada anuência do Reverendo, ou seja, não será pecado, fazer uma saudação final para a nossa estimada Diana Canavieira Fonseca, bem forte para mantê-la feliz. Repitam depois que eu falar, combinado? 
Diana, além de ser a maior saudade de todos os tempos, você é foda! [*] 
Obrigado pela oportunidade.
 Sérgio Ramos 
Tutoia, 15 de janeiro de 2024 
[*] Antes de fazer a homenagem, tive o cuidado de consultar o padre no sentido de me autorizar mencionar a palavra “foda”. Como já esperava, foi negado por motivos óbvios. Assim, a substitui pela palavra “demais”, mas ressalvei dizendo que a palavra correta está na capa do livro do Caio Carneiro – Seja foda! – entre outros."

                Também o seu sobrinho  Pedro Igor Fonseca Arcuri, estudante de Direito na Universidade Estadual do Piauí -UESPI em Parnaíba, prestou-lhe uma homenagem póstuma durante a missa de sétimo dia. Eis a mensagem pronunciada por pedro Igor
"Tem um livro que particularmente gosto muito, O Pequeno Príncipe do Saint-Exupery, que no final quando o Pequeno Príncipe parte,  ele compartilha um segredo com seu amigo que sofre por sua partida, para que sempre que ele sentir sua falta, que ele olhe para as estrelas, já que agora ele virou uma estrela, e escute sua risada, que aquilo lhe dê o conforto. E trazendo pra nossa realidade nós temos a gargalhada da Tia Diana que é marcante, e quando penso nela só me vêm a gargalhada dela em minha mente, e acredito que todos pensam no mesmo, quando sentirmos saudades, que a gente pare um pouco, reflita, olhe pra o céu e para as estrelas e escute a gargalhada dela, que aquilo nós console. Ela sabe que todos da família amamos ela."
                O cronista e poeta Benedito Rocha, o Bené, também não poderia deixar de prestar a sua homenagem, pois Diana foi uma de suas grandes amigas. 

Diana

Diana Canavieira!
Viveu com alegria,
Transbordou sabedoria...
Amando sem demagogia!

O Tempo nos ensina,
Que doando se recebe!
Diana não mediu esforços,
Vivendo o que merece.

Deus escolheu Diana!
Para a vida viajar.
No Trem de Sua viagem,  
Não pensou em parar!

Minha Amiga Diana!
O amor Você deixou.
Familiares e Amigos,
Deus também Te amou!!

Diana! Saudades ficou!!
Sua meiguice conquistou.
Nossos corações aflitos,
Assim nos deixou!

Hô! Diana! 
Prainha mergulhou,
Visitando minha casa,
Minha mãe te amou!

Quantos momentos juntos,
Vivemos com alegria!
Na simplicidade da vida,
Você sempre transmitia.

Saudades sentiremos,
Da Diana Alegria!
Obrigado Amiga,
A energia que transmitia!

                           Benedito Rocha  

Regina Leite que reside em São Luis, postou no grupo Pioneiros Galhardenses;  
Boa tarde,amigos e amigas galhardenses. Sétimo dia da nossa amiga Diana.  saudades sim, tristeza não,pois essa palavra tristeza não existia pra ela. Irei à missa aqui em São Luís.
                E assim, muitas e muitas mensagens a homenageando foram postadas nos grupos de whatsapp, nas redes sociais e enviadas a amigos e familiares. 
Requiescat in Pace Diana!

Um comentário:

  1. Diana, no Jardim Celestial, a Rosa mais linda é Você, porque Deus sempre irá Cultivar, o amor que deixou na Terra e o amor de Deus por Você.

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