PERFUME

PERFUME

Graze Rocha


O odor de qualquer caminho,
Segue o teu olfato,
Árvores desaparecidas,
Dia sem rosa, só espinho,
Rua sem asfalto.

O teu cheiro é fugaz,
Sobe sem especulação,
Até as chamas seduzidas,
Transita no oceano eficaz,
Apaga-se na tua comoção.

Dentro de um frasco,
Está a tua fragrância,
E nela, melancolias despercebidas,
Que alicia o asco,
Com toda repugnância.

Inspira o perfume inolvidável,
São essências de sangue,
Tem corpos fundidos,
O efeito é irrefreável,
Existe no teu mangue.

A gota que enfeitiça o aroma,
Pinga no veneno,
A carne destruída,
Causa indelével sintoma,
Ainda fresca no sereno.

Teu sinônimo, ardente,
Sinta o inefável insano.
É inodoro de nascença,
Tem forma de serpente,
Líquido interiorano.

Colérico, incognoscível,
De enigmático sortilégio,
Supérfluo, sem crença,
Ardor insensível,
Luxuoso privilégio.

Ele lava o coração,
Mora em algum cume,
Um sonífero inexistente,
Invisível é sua aparição, Chama-se PERFUME. 

Poema  em homenagem ao filme PERFUME, A HISTÓRIA DE UM ASSASSINO.

Grazi Rocha, nasceu na cidade de Redenção, Pará. Mora em Parnaíba-PI. Filha dos piauienses, Maria Dolores Carvalho da Rocha e Luiz Miranda da Rocha. Concluiu o curso de Licenciatura Plena em Matemática pela Universidade Federal do Piauí – UFPI,  Conseguiu a posição de 2º lugar no 4º Circuito Cultural Jovem, com a poesia: “O Poder do Amor na Inclusão Social” em 2008, realizados pelos grupos, Hallel, Mensageiros, Raízes do Nordeste, Paradhygma e Manar na escola CEEP Liceu na cidade de Parnaíba - Piauí. Seu último trabalho foi de uma parceria musical com o compositor e músico  Fernando Holanda Mendes no CD RECOMEÇO.