sábado, 19 de fevereiro de 2022

Petrópolis , Pedro e o luto

 


Petrópolis , Pedro e o luto 

Por Altevir Esteves 

O imperador escolheu sua morada
Na montanha e não longe do mar. 
Percorria o bom caminho
Cercado pelo verde abundante 
Ouvindo vento uivante
E dos pássaros o alegre cantar. 
Ali viveu suas férias
Servido pelos escravos
Entre córregos e ramagens 
Vendo encostas íngremes formosas
Jardins de cravos e rosas
Estradas de lindas margens.

De tudo hoje só nos resta 
Escombros e tristezas. 
As senzalas são nas encostas 
Os córregos são lixeiras. 
A morte não tira férias 
O canto são só matérias
De famílias ceifadas inteiras.
Pedro de onde está
Talvez sinta o desvario 
Que pasma o mais bruto.
Pois a paisagem que tanto amou
Hoje é muito triste
Seu  dedo não é em riste
Sua montanha é só de luto.





Altevir Esteves (*) funcionário aposentado do Banco do Brasil, escritor, poeta, maratonista e membro da Academia Parnaibana de Letras - Cadeira nº 14.




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