A CULPA É DO PADRE E O VESTIDO DA CHIQUINHA
Na amanhã desta quinta-feira, 30 de outubro, ao tentar dar uma arrumada em meus alfarrábios e tirar a poeira de alguns livros da minha humilde biblioteca, encontro o livro "Memória Insistente" de autoria do piracuruquense , Joaquim Ribeiro Magalhães, o qual me foi presenteado pela acadêmica Socorro Magalhães, cadeira 06 da Academia Piauiense de Letras - APL em uma visita que fiz ao sodalício em novembro de 2018.
Socorro é filha do autor, o qual possuiu, além de outros irmãos, o ilustre político piauiense Francisco das Chagas Ribeiro Magalhães, de saudosa memória (com quem tive o prazer de privar de sua saudável amizade à época em que eu escrevia a "Crônica da Cidade" lida no "Rádio Repórter Educadora" na emissora dirigida pelo jornalista Batista Leão), também de saudosa memória.
Ao escrever o oferecimento e autografar o livro, Socorro enfatiza "histórias que meu pai gostava de contar." São contos, histórias curtas, sempre carregadas com um tom de humor, num português de fácil compreensão que prende o leitor do começo ao fim, nos quais, ou nas quais, Joaquim Magalhães relembra momentos inesquecíveis de sua infância e juventude, vividos na sua terra natal — a abençoada Piracuruca de Nossa Senhora do Carmo, ou ainda a "terra dos irmãos Dantas", e também fatos da juventude vividos na "cidade verde" — Teresina.
Logo que, cuidadosamente, retirei a poeira do livro, abri-o aleatoriamente e este direcionou-me à página de nº 55 com o título de "A Culpa é do Padre" onde trata das antigas cafezeiras (vendedoras de café) do mercado público de Piracuruca, dentre elas dona Maria, metida a moralista que não gostava de ser chamada pelo apelido de Vermelha. Ficava, como diz o autor, uma porca parida quando era apelidada. E foi assim que em um belo dia, um caboclo bêbado adentra em seu ponto de café que também era um restaurante e trava com ela o seguinte diálogo:
" — E aí dona Maria Vermelha, já tem boia pronta?
— Respeito é bom e eu gosto!
— Onde tá a falta de respeito dona Maria Vermelha?
Dona Maria, mais vermelha do que nunca responde:
— Não fui batizada por Maria Vermelha.
— Ah, então a culpa é do padre, que só batiza pelo primeiro nome."
E o vestido da Chiquinha?
Fica para a edição seguinte deste blog!
 
 
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