Foto meramente ilustrativa |
VELHOS TEMPOS - BELOS DIAS
Antonio Gallas
“Minha querida, saudações
Escrevo esta carta
Não repare os senões...”
(Waldick Soriano)
“Quando o carteiro chegou
e o meu
nome gritou
com uma
carta na mão...”
(Vanusa)
“...escreva uma carta meu amor
e mande outro beijo por favor...”
(Roberto Carlos)
“Escrevo-te estas mal traçadas linhas, meu amor
porque veio a saudade visitar meu coração...”
(Renato Russo e Erasmo
Carlos)
Ah a carta!
Que bom quando recebíamos uma carta trazendo notícias do(a) bem amado(a),
de pessoas da família, de amigos etc....
Esperávamos notícias boas, mas nem sempre aconteciam, como
diz a cantora Vanusa na sua canção “Mensagem” que ao receber o envelope bonito,
reconheceu no subscrito a caligrafia de alguém que um dia afirmara estar farto
dela. Assim sendo, na canção a cantora afirma:
Tanto a música “Mensagem” quanto as outras acima citadas
fizeram muito sucesso nas décadas de 1960/1970.
Ah! Quantos beijos! Quantos abraços! Quantas
saudações foram enviadas através de cartas!
Na minha cidade natal,
Tutóia, no litoral do Maranhão, o Carteiro faz parte dessa história! O
funcionário do então DCT – Departamento de Correios e Telégrafos era pessoa
íntima das famílias, principalmente das moças que os namorados residiam em
outras cidades e ficavam ansiosas em receber notícias dos seus amores
distantes.
Quando ouvíamos o forte
bater das palmas e escutar aquela voz estridente pronunciar bem alto a palavra “Correios”, já sabíamos: era o carteiro
trazendo as cartas ou telegramas. Corríamos todos para a porta, curiosos para
vermos que correspondência o Carteiro trazia, que poderia ser carta, telegrama
ou revistas e jornais, pois nessa época não existiam bancas de jornais e as
revistas e jornais eram enviados através dos Correios. Telegramas e revistas
eram destinados aos nossos pais, mas nós, adolescentes na época, moças ou
rapazes, na ânsia de recebermos notícia do amor distante, éramos os primeiros
que corríamos para receber este personagem, ainda hoje tão importante e merecedor de nosso respeito e
gratidão.
Muitas moças
casaram-se com carteiros.
Lembro muito bem de
alguns da minha infância, juventude e também da vida adulta. O seu “Biné”, o “Nonato do Nozin”, Didi e
todos tinham o respeito e a amizade dos tutoienses.
Hoje a história é
diferente. O Carteiro ainda existe, mas as cartas são outras. Não são mais
cartas de amor, mas de cobrança, boletos para pagamentos de compromissos,
faturas de telefonia, produtos comprados pela internet e as vezes livros
enviados por amigos. As cartas ou declarações de amor são enviadas pelo Whatsapp, instagram e outros artifícios
proporcionados pela tecnologia, principalmente agora com o uso da IA –
Inteligência Artificial.
Agora só resta a
nostalgia! Recordar os bons momentos vividos na infância, juventude e também na
vida adulta! E como disse Roberto Carlos na sua canção “Jovens Tardes de
Domingo”
VELHOS
TEMPOS - BELOS DIAS
Nota do Redator
A
agência dos Correios e Telégrafos em Tutóia foi instalada em 13 de fevereiro de
1908 pelo então presidente da República Afonso Pena que visitara a cidade dois
anos antes e prometera ao seu fundador, coronel Paulino Neves, que tão logo chegasse ao Rio de Janeiro, então capital do Brasil, assinaria um decreto criando uma agência
dos correios para Tutóia. À época, os
Correios eram chamados de Correio-Mor. Depois houve diversas mudanças no nome e
na estrutura da empresa. DCT – Departamento de Correios e Telégrafos, EBCT –
Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos e agora simplesmente ECT – Empresa
de Correios e Telégrafos.
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