domingo, 6 de abril de 2025

SONS DE UM TEMPO DOURADO

Foto meramente ilustrativa

 VELHOS TEMPOS - BELOS DIAS

Antonio Gallas

 

Minha querida, saudações
Escrevo esta carta
Não repare os senões...”

(Waldick Soriano)

 

“Quando o carteiro chegou

 e o meu nome gritou

 com uma carta na mão...”

 (Vanusa)

 

“...escreva uma carta meu amor

e mande outro beijo por favor...”

(Roberto Carlos)

 

 “Escrevo-te estas mal traçadas linhas, meu amor
porque veio a saudade visitar meu coração...”

(Renato Russo e Erasmo Carlos)

 

Ah a carta!

Que bom quando recebíamos uma carta trazendo notícias do(a) bem amado(a), de pessoas da família, de amigos etc....

Esperávamos notícias boas, mas nem sempre aconteciam, como diz a cantora Vanusa na sua canção “Mensagem” que ao receber o envelope bonito, reconheceu no subscrito a caligrafia de alguém que um dia afirmara estar farto dela. Assim sendo, na canção a cantora afirma:

” Porém não tive coragem de abrir a mensagem
Porque na incerteza
Eu meditava e dizia
Será de alegria?
Será de tristeza?”

 

Tanto a música “Mensagem” quanto as outras acima citadas fizeram muito sucesso nas décadas de 1960/1970.

            Ah!  Quantos beijos! Quantos abraços! Quantas saudações foram enviadas através de cartas!

Na minha cidade natal, Tutóia, no litoral do Maranhão, o Carteiro faz parte dessa história! O funcionário do então DCT – Departamento de Correios e Telégrafos era pessoa íntima das famílias, principalmente das moças que os namorados residiam em outras cidades e ficavam ansiosas em receber notícias dos seus amores distantes.

Quando ouvíamos o forte bater das palmas e escutar aquela voz estridente pronunciar bem alto a palavra “Correios”, já sabíamos: era o carteiro trazendo as cartas ou telegramas. Corríamos todos para a porta,  curiosos para vermos que correspondência o Carteiro trazia, que poderia ser carta, telegrama ou revistas e jornais, pois nessa época não existiam bancas de jornais e as revistas e jornais eram enviados através dos Correios. Telegramas e revistas eram destinados aos nossos pais, mas nós, adolescentes na época, moças ou rapazes, na ânsia de recebermos notícia do amor distante, éramos os primeiros que corríamos para receber este personagem, ainda hoje tão   importante e merecedor de nosso respeito e gratidão.

Muitas moças casaram-se com carteiros.

Lembro muito bem de alguns da minha infância, juventude e também da vida adulta.  O seu “Biné”, o “Nonato do Nozin”, Didi e todos tinham o respeito e a amizade dos tutoienses.

Hoje a história é diferente. O Carteiro ainda existe, mas as cartas são outras. Não são mais cartas de amor, mas de cobrança, boletos para pagamentos de compromissos, faturas de telefonia, produtos comprados pela internet e as vezes livros enviados por amigos. As cartas ou declarações de amor são enviadas pelo Whatsapp, instagram e outros artifícios proporcionados pela tecnologia, principalmente agora com o uso da IA – Inteligência Artificial.

Agora só resta a nostalgia! Recordar os bons momentos vividos na infância, juventude e também na vida adulta! E como disse Roberto Carlos na sua canção “Jovens Tardes de Domingo”

VELHOS TEMPOS - BELOS DIAS

Nota do Redator

A agência dos Correios e Telégrafos em Tutóia foi instalada em 13 de fevereiro de 1908 pelo então presidente da República Afonso Pena que visitara a cidade dois anos antes e prometera ao seu fundador,  coronel Paulino Neves, que tão logo chegasse ao Rio de Janeiro, então capital do Brasil,  assinaria um decreto   criando  uma agência dos correios para Tutóia. À época,  os Correios eram chamados de Correio-Mor. Depois houve diversas mudanças no nome e na estrutura da empresa. DCT – Departamento de Correios e Telégrafos, EBCT – Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos e agora simplesmente ECT – Empresa de Correios e Telégrafos. 

 

 

 

 

 

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