Neander Francisco (autor da proposição) e Espedito Martins (presidente da Câmara Municipal) entregam a Elmar Carvalho o diploma do Título de Cidadão Oeirense. |
Hoje, 6 de junho de 2022, o poeta Elmar Carvalho recebe o título de Cidadão Oeirense, a ser concedido pela Câmara Municipal de Oeiras, a mais carregada de História das cidades do Piauí.
Ah, que título bem doado! Que título a ser bem recebido!
Que eu saiba, nenhum outro escritor e poeta, não nascido em
Oeiras, demonstrou oralmente e por escrito tanta afeição por esta cidade que
foi a Primeira Vila/Cidade da Província do Piauí e também a Primeira Capital do
Estado.
Esse afeto do Elmar foi uma afeição derivada do forte
impacto emocional que a cidade provocou no poeta, uma afeição que também me
atingiu durante os (curtos) três dias em que estive em Oeiras, quando
participei do Festival Cultural, coordenado pelo secretário municipal de
cultura, Stefano Ferreira, muito bem assessorado pelo historiador Pedro Junior,
que logo se tornou meu amigo; três dias em que Carlos Rubem, meu afetuoso Biu,
me concedeu todas as singelezas oeirenses.
Percebo agora que o que causa essa intensa emoção ao
visitante de primeira viagem a Oeiras é inicialmente a impressão-sensação de
estar-se inserindo numa paisagem de clima ancestral, de intenso ardor
histórico, pois tudo o que há de preservado da antiga Vila e Capital é tão
assinalado por sua historicidade que nos faz, como em Ouro Preto, sentir-nos
penetrando num certo passado do Brasil.
Elmar, de início, fez-se brilhante ao escrever e publicar o
Noturno de Oeiras, que considero um dos mais belos poemas da Literatura
Brasileira referentes a uma cidade secular e que assinala um certo parentesco
com o Romanceiro da Inconfidência de Cecília, mesmo sem métrica e sem rimas.
A mim, que também afundei na noite de Oeiras, os mistérios
históricos que avassalaram Elmar também me atingiram.
Hospedado em hotel diante da Praça das Vitórias, na Praça
das Vitórias mergulhei no meu noturno de Oeiras: as mesmas paragens diante dos
meus olhos, os mesmos fantasmas vistos por Elmar (ou talvez fossem outros mas
com os mesmos mistérios), tudo me afetou por duas noites, minhas duas únicas
noites de Oeiras, guardadas em mim por estes vinte anos de século vintium.
Por isso, saúdo hoje meu amigo Elmar Carvalho por seu titulo
de filho de Oeiras e, sobretudo, saúdo Oeiras por seus tantos séculos de
brasilidade, essa Oeiras do meu parnaibano bem querer, Oeiras que há
vinte anos habita meu coração!
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