- e haja pum... haja pum... haja pum...-
Não! Não é a música "forró numero um" composta pelos paraibanos Antonio Barros e Cecéu que fez muito sucesso na voz de Luis Gonzaga - o rei do baião. Mas, um acontecido que aconteceu (meu Deus! um pleonasmo!) na casa de meu pai em Tutóia no Maranhão durante a visita do candidato ao Senado, Henrique de La Roque Almeida. La Roque empunhava a bandeira da Aliança Renovadora Nacional - ARENA, partido que dava sustentação aos governos da chamada ditadura militar.
Além do candidato, estavam também presentes lideranças da política tutoiense e o ministro do Tribunal de Contas do Estado, Cícero Neiva Moreira de quem meu pai, o comandante aposentado, Moysés Pimentel era compadre, por ter levado à pia batismal a garotinha Maria de Nazaré (filha do casal Cícero e Corina) que nascera à bordo de um navio comandado por ele numa viagem de Nova Iorque do Maranhão para Teresina no Piauí pelas águas do Rio Parnaíba, até então navegável.
O comandante Pimentel tinha uma forte influência política no município e, por indicação do seu compadre Cícero Neiva fora delegado de polícia diversas vezes e sempre que alguma decisão política com referência a Tutóia teria que ser tomada, tinham que ouvir primeiro a opinião do coronel Moysés Pimentel, como assim também era chamado. Nova Iorque é uma cidade localizada no sul do Maranhão e banhada pelo Rio Parnaíba. Fica próxima à Barragem de Boa Esperança e foi fundada em 1886.
Meu pai era um bom anfitrião, e em nossa casa em Tutóia, a sala de visitas bastante ampla, servia também para festas como as tertúlias dançantes que realizávamos durante as férias, bailes de carnaval e bailes de posses de prefeitos como o de Felipe Ramos e do Zilmar Melo na sua primeira gestão. Até então Tutóia não tinha clubes sociais.
Neste dia, lembro-me bem, as visitas confortavelmente instaladas nos sofás e poltronas da nossa sala, meu pai pediu à Bernarda, nossa secretária, que trouxesse café e bolo para servir aos presentes. Os bolos, feitos por minha mãe, dona Zila Galas, com leite de gado in natura e ovos de galinha caipira eram apetitosos e apreciados por todos.
Obedecendo a ordem do patrão, Bernarda, uma simpática negra, descendente de escravos e oriunda do povoado Taperinha ou Itaperinha, adentra à sala, trazendo cuidadosamente em seus braços uma bandeja de prata com os petiscos a serem degustados por todos. Caminhava lentamente para que nada caísse ao chão. De repente, estanca como que paralisada, comprime-se, e em seguida ouve-se um sonoro e estrondoso puuumm! Bernarda sorriu e começou a gargalhar. E a cada risada, a cada gargalhada peidos e mais peidos. Um verdadeiro festival!
Na sala, os presentes, todos também sorriram. Foi um momento hilário. E o café foi servido pela Maria do Casimiro,pois a Bernarda escondeu-se na cozinha e não mais apareceu para as visitas.
Foto ilustrativa/Fonte: WEB
Cara, essa senhora tinha que ser contratada para as festas de na virada do ano novo.
ResponderExcluirEra foguete estrondoso pra todos os lados.
Bom se tivesse as fotos dos citados para ilustrar. Bem redigido, excelente português, curto e compreensível.
ResponderExcluirInfelizmente naquela época não tínhamos os recursos tecnológicos que dispomos hoje. Obrigado pelo elogio.
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