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O SOCÓ PESCADOR
Gracilene Pinto (*)
Se te achas pequeno e incapaz,
Sem forças, sem coragem para lutar,
Para viver fraco e incapacitado,
Espera, senta um pouco, meu rapaz,
Com um dedo de prosa hei de mostrar
Como podes te sentir qualificado
E nunca mais pensar ser incapaz.
Não te conduza a tradição pre concebida,
Observa a natureza poderosa
Onde a pequena semente gera a vida,
Com terra e água a semente nasce a rosa.
Observa o deslizar da água no rio
Que do propósito final não se desvia,
Rodeia montes, barreiras, vencendo o calor, o frio,
Sempre vai desaguar no mar um dia.
Observa o socó: que pescador!
Ante a necessidade de suprir a sua mesa,
Analisa o tempo, o espaço, e a própria presa,
Que do que ele parece até maior.
Porém, não foge da luta e mesmo à luz do dia,
Mergulha decidido e sem temer a morte,
Que a tilápia é fugidia, é grande, é forte,
E, ao final, com a refeição se delicia.
Gracilene Pinto * Advogada efetiva (concursada) da prefeitura de São Luís. Escritora, poeta, dramaturga, roteirista, cronista e romancista.
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