sábado, 26 de dezembro de 2020

O SOCÓ PESCADOR

 

 Campos de São Vicente Ferrer clic de Iraildes Madeira

O SOCÓ PESCADOR

Gracilene Pinto (*)

 

Se te achas pequeno e incapaz,

Sem forças, sem coragem para lutar,

Para viver fraco e incapacitado,

Espera, senta um pouco, meu rapaz,

Com um dedo de prosa hei de mostrar

Como podes te  sentir qualificado

E nunca mais pensar ser incapaz.

 

Não te conduza a tradição pre concebida,

Observa a natureza poderosa

Onde a pequena semente gera a vida,

Com terra e água a semente nasce a rosa.

 

Observa o deslizar da água no rio

Que do propósito final não se desvia,

Rodeia montes,  barreiras, vencendo  o calor,  o frio,

Sempre vai desaguar no mar um dia.

 

Observa o socó: que pescador!

Ante a necessidade de suprir a sua mesa,

Analisa o tempo, o espaço, e a própria presa,

Que do que ele  parece até  maior.

Porém, não foge da luta e  mesmo à luz do dia,

Mergulha decidido e sem temer a morte,

Que a tilápia é fugidia, é grande, é forte,

E, ao final, com a refeição se delicia.

Gracilene Pinto * Advogada efetiva (concursada) da prefeitura de São Luís.  Escritora, poeta, dramaturga, roteirista, cronista e romancista.


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