Por Francisco Batalha *
Nesta
data, em 1897, nasce em Arari, Zuleide Violeta Fernandes Bogéa, filha de Leonel Fernando Cardoso Bogéa e de D.
Mônica Virgínia de Morais e Silva Fernandes Bogéa. Mudando-se para a capital
formou-se pela Escola Normal do Estado, em 1913 e notabilizou-se como educadora e política.
Com o novo Código Eleitoral
baixado pelo presidente Getúlio Vargas, em 14 de dezembro de 1932, que ampliou
o eleitorado brasileiro com o sufrágio feminino e dos maiores de 18 anos e
tornou o voto secreto, houve no Maranhão, no ano seguinte, eleição para
deputado estadual constituinte, eletivo
e legislativo, cuja Assembleia foi instalada no dia 20 de junho de 1935, com
poderes legítimos para eleger dois senadores e o governador do Estado, e entre
os 30 constituintes maranhenses foi eleita pela Liga Eleitoral Católica a professora Zuleide Bogéa, primeira mulher maranhense a exercer
um mandato de deputado estadual.
Zuleide Bogéa foi
líder do movimento que elegeu Aquiles de Faria Lisboa para o governo do Estado
do Maranhão, e, na dualidade
da mesa da Constituinte de 1935/1947
foi vice-presidência e assumiu por diversas
vezes a presidência do parlamento maranhense. . Foi partidária de Aquiles
Lisboa que governou com minoria na Assembleia, com apoio de apenas 14 dos 30
deputados.
Conselheira
e fundadora do IPEM no governo de Paulo Martins de Sousa Ramos, também
colaborou na administração de Newton de Barros Bello, como conselheira de sua
administração. Proferiu conferências em Caxias e São Luís. Participou de vários
conclaves em Belém, Salvador, Recife e Rio de Janeiro. Agraciada com a Medalha
do Mérito Timbira e com a Medalha do Centenário de Graça Aranha. Devota e
coproprietária da imagem de Bom Jesus dos Aflitos, que se encontra guardada e
exposta na igreja-matriz de Arari.
Seus pais, também ararienses, eram descendentes do
português Lourenço da Cruz Bogéa e sua mulher, a espanhola Maria Isabel de
Hungria Martins Bogéa, prima da rainha Isabel de Hungria, que foi esposa de D.
Fernando da Espanha, o Católico. Fazia questão de mencionar seus melhores
alunos: Renato Archer, José Carlos Ribeiro, Sebastião Ferreira, Antenor Bogéa,
Remy Archer, Lourival Bogéa, Raimundo Bogéa, Jesus Gomes Filho, José Ribamar
Bogéa, Lourenço Vieira da Silva, Malvina Serra, Ubirajara Rayol, Ivaldo
Perdigão e outros. Faleceu em São Luís, no final da década de 1970. É
patronesse da Cadeira nº 23, da Academia Arariense-Vitoriense de Letras,
ocupada pelo filósofo Raimundo César Abas Prazeres.
A educadora arariense foi apontada em publicação da Assembléia Legislativa de 2008, como personagem do século XX na retomada do processo de desenvolvimento político do nosso Estado e figurante entre os que fizeram a história do Legislativo Maranhense.
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