Nossa
entrada na Academia Parnaibana de Letras completa seis anos.
Por Pádua Marques
Da esquerda para direita: Antonio Gallas/Roberto Cajubá
Breno Brito e Pádua Marques.
O calendário lembra que
neste dia 12 de maio de 2023 há seis anos eu e mais três companheiros
entrávamos na Academia Parnaibana de Letras, numa cerimônia magnífica presidida
por Antônio de Pádua Ribeiro dos Santos no auditório da Ordem dos Advogados do
Brasil, subseção de Parnaíba. Fomos saudados pelo eminente e hoje meu amigo de
todo dia Elmar Carvalho.
Tomamos posse, eu,
Antônio de Pádua Marques Silva, cadeira 24, Antonio Gallas Pimentel, cadeira
35, Breno Ponte de Brito, cadeira 05 e Roberto Cajubá da Costa Britto, cadeira 15. Foi
um momento importante e especial aquele de 12 de maio de 2017. Quatro
escritores, cada qual com seu estilo, entrando para acrescentar cultura e
literatura a essa entidade que faz em 2023, renovada e atuante como em nenhum
outro momento, seus quarenta anos de fundação.
Desde 2017 nossa
academia atua dentro da cidade de Parnaíba como um equipamento de participação
e de consulta para as atividades culturais. E desde aquela data, talvez um
pouco, em Parnaíba todos os dias praticamente se lançam livros. Esse processo
só foi possível pela abertura que se deu de se abrir a academia para as
gerações mais modernas, os jovens. A academia, aqui dando exemplos, permitiu
voz e vez para que através do diálogo os jovens participassem.
Em meu discurso aqui
registro algumas passagens que para o momento diziam nossos propósitos, o meu e
os de meus companheiros de posse. Que nossa literatura estava vindo das camadas
sociais mais distantes, da juventude e de onde até bem pouco tempo ninguém
imaginava. Que nossa literatura deve atingir e defender as necessidades do
nosso povo, ser uma peça de comunicação entre esse povo e seus governantes. Que
nossa literatura não poderia se encastelar no encantamento das nossas belezas
naturais ou aquelas do patrimônio arquitetônico.
Lembrei no meu discurso
que lamentava decepcionar a muitos na plateia por não ter ido buscar nos
gregos, latinos, nos clássicos da literatura e da filosofia, aquelas citações
comuns nos discursos cerimoniosos. Sem Baudelaire, Chateaubiand, Cervantes,
Vitor Hugo, Fernando Pessoa, Dickens, Camões e Tolstoi. Preferi ficar com os de
casa, Suasssuna, Gilberto Freire, Ledo Ivo, Da Costa e Silva, Sílvio Romero,
Nabuco, Raimundo Bento Sotero, Oton Lustosa, Magalhães da Costa, Patativa do
Assaré, Firmino Teixeira do Amaral e Pedro Costa.
Tive como companheiro
de posse o amigo de todos os dias, Antonio Gallas, jornalista assim como eu,
vindo do povo. E para ele e sua obra recordo minhas palavras quase no final do
meu discurso quando disse: sou jornalista por vocação e formação. É e sempre
foi meu propósito dar ao homem da rua, ao assalariado, ao leitor casual, a
mocinha no banco da praça, ao estudante inquieto, ao aposentado, à
recepcionista do escritório do doutor fulano de tal, uma leitura suave e o
tanto quanto possível tendo relação com a realidade.
Pádua Marques, romancista, contista, autor de vários livros.
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