segunda-feira, 20 de fevereiro de 2023

RECORDANDO OS CARNAVAIS

 DE PIJAMAS NO CLUBE




                        Segunda feira de Carnaval. O ano nem lembro mas foi pelos idos de  1980. Eu já trabalhava no Banco do Brasil na agência de Barreirinhas quando assumi a carreira administrativa em 13/01/de 1983.  
                Tínhamos chegado do "carnaval do Barro Duro" que fora criado pela família Canavieira Conceição e apoiado por  um grupo de amigos que passava férias e carnaval em Tutóia. 
                Nessa época não tínhamos os trios elétricos, e,  muito menos  os barulhentos paredões. As Marchinhas "me dá um dinheiro aí" não era considerada assalto, "você tem que me dar seu coração"   também não era crime passional, "vou beijar-te agora" hoje é  assédio sexual,  "o teu cabelo não nega"  passou a ser considerada como racismo "olha a cabeleira do Zezé" homofobia,  e assim vai...  
                Essas leis, tiraram parte da beleza do carnaval, infelizmente.

                O carnaval de Tutóia sempre teve muita animação nos clubes durante as noites  e na praia, no domingo e na terça-feira durante o dia, porém,  na segunda-feira,  ficava aquele vazio na cidade. 

                Foi então que o meu compadre Nonato  Canavieira que reside em São Luís,  tio da minha esposa,  e também irmão de dona Marina Fonseca e de minha sogra Zézé Conceiçao — de saudosa memória,   teve a ideia de instalar umas caixas de som com amplificadores potentes no FIAT 147 GTL do Junior Conceição (até então não era prefeito, apenas funcionário do Banco do Brasil) . Nonato, conhecido em São Luís apenas por Canavieira (o nome da família soa forte!) é um técnico abalizado, muito competente em eletrônica.

            Instalado o som no carro rumamos para o Barro Duro com objetivo de tomarmos banho na ponte velha e nos divertirmos. A cada ano crescia o número de pessoas que nos acompanhava na segunda-feira neste carnaval que começava ao meio dia. A brincadeira era na ponte velha,  nos fundos do quintal da residência do ex-prefeito José Matos Silva, no bar do Manoel Patrício. 
                    Depois da inauguração da estrada asfaltada mudamos para a ponte nova ao lado do sítio e bar do Régis, (não é o Régis Conceição, mas o Régis do Barro Duro) onde permanece até hoje.
Carnaval da segunda-feira às margens do Rio Barro Duro
Foto Blog do Antonio Amaral
                      
             O Carnaval do Barro Duro é hoje uma das maiores atrações turísticas do município, perdendo apenas para os festejos juninos. Foi emancipado pelo poder público municipal na administração do prefeito Bebeto (Luís Alberto Galvão de Caldas), um dos fundadores da festa. A partir daí, nenhum prefeito  deixou  de realizar a festa, visto que  a mesma já está integrada ao Calendário Turístico do Município.
                 Pois bem: tínhamos chegado do Carnaval do Barro Duro, eu Cisa minha esposa, e os meninos Anselmo e Andrezza, ainda crianças. 
                Cansados da folia procuramos descansar um pouco para mais tarde irmos ao baile no Náutico Club que fora fundado pelo "bon vivant" Antonio José Neves Rodrigues, quando prefeito de Tutóia. Eu tinha exagerado um pouco nas "louras suadas" e a  Cisa cansada do dia,  resolveu não ir ao baile.  Também não me deu o  "vale night" e trancou todas as roupas no guarda roupas do apartamento do Hotel do Manelão onde  estávamos hospedados . Deixou fora apenas o par de Pijamas.
                       Esperei  a querida esposa "cair nos braços de Morfeu" e como ela tem um sono até certo ponto profundo, sorrateiramente abri a porta do apartamento, e fui, de pijamas, para o Náutico Clube e dancei, pulei, brinquei, (paquerei? sei lá!)  brinquei até o fim da festa fantasiado,  usando apenas os pijamas como fantasia.
                        Da minha parte não houve qualquer falta de respeito às famílias que estavam no clube e todos brincamos até o amanhecer com uma banda formada por músicos de Parnaíba. AFINAL, TUDO É CARNAVAL, E VAMOS EMBORA PESSOAL! 

Arrastão carregando os foliões para o Carnaval do Barro Duro - 2016 - Imagens Blog do Romério Carvalho


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