segunda-feira, 23 de maio de 2016

ESTÓRIAS DO XIKOUSE


XIKIN CARWALHO (escritor parnaibano)
 


PANELA(DA) ANGELOCAL

                Certo dia, boca da noite, a lua brilhava iluminando o caminho e deixando à vista o rastro das pegadas do nosso “colégua”  ANGIM. Pronde ele havia ido? Para um encontro in loviano? Sim senhores, curiosos leitores.

                Nosso artista seguia ao encontro amoroso e laborioso, marcado no dia anterior. Só que antes fez todos os preparativos, ou seja, tomou um big banho onde procurou perfumar seus possuídos, entretantos e finalmentes, com seu cheiroso Avon. Lascou uma roupa nova sobre o esqueleto e após pentear sua vasta cabeleira, disse pra sua digníssima: vou assistir a uma palestra de relações humanas lá na Sebraia. Partiu rapidim.

                Só que ele não sabia do mais interessante e que nos motiva a contar esta ocorrência fatídica. É que sua digna, cônjuge, estava sabendo do “encontro laborativo”. Tudo resultado de uma fofoca armada e arrumada pela “menininha nova” que ia para a ocorrência completar o “par de dois” afrodisíacos jovens tesudos. Pois é, a encontrista querendo armar um escândalo no bairro São José, fez os dados de o encontro chegar aos ouvidos da esposa que ia ser traída. Ela, contraída de cólera afetiva, resolveu acreditar na fofoca e seguiu as pegadas do convencido traidor.

                ANGIM seguia in front of di, atordoado e convencido nem notou a perseguição. Lá chegando não contou conversa e foi logo abraçando a morena desejada. Beijos e cheiros completavam o cardápio do abraço apertado. Mão na mão, mão naquilo e aquilo na mão, atordoava o juízo do casal, ao ponto de revirar os seus orubuservantes e nada mais perceberem ao redor. Não ouviam mais qualquer ruído a não ser o baticum de seus corações, acelerados que estavam a palpitar de tanto êxtase. Só que na “quinthura” do “chafurdo” aparece a “dona do pedaço ereto”, que silenciosa e retraída, soca três porções de panela (das) da cuca do conquistador barato (tão barato que nem grana tinha pra levar a menininha para o motel, levou então para a moité).

                PLÉÉÉMMM, PLLÉÉÉMMMM, PLÉÉMMMMMMMMMM. Ai, ai, ai e ui, gritou ANGIM. A “menina motivacional” fica extasiada, mas abera na carreira. ANGIM tenta argumentar e solta um bocado de nhem, nhem, nhem Mas não consegue convencer a traída que, PLLLÉÉÉ´MMMMM, sarta mais uma panela(da). O nhem, nhem, nhem comendo e o pléémmm, pléémmm, pléémmm também, e, como ambas as partes não se entendiam, mesmo porque não havia explicação, afinal o feitor foi pego com a mão na massa, o negócio foi meter o pé na bunda e partir para os 1000 metros rasos sem barreira. ANGIM foi se esconder na casa do papaizinho de açúcar. Ao chegar, ofegante, não quis explicar o porquê de tantos e quantos galos.

 

                A marida traída não conseguiu acompanhar o ritmo do fundista, afinal carregava a pesada panela de pressão, então se dirigiu para seu “lar doce lar” (doce lar?). Ao chegar trancou-se em sua suíte e......................( não nos interessa).

                No outro dia à noite o arrependido traidor, triste e comovido, voltou para o seu doce lar. Lá chegando pôde observar que ia dormir no sofá. Aconchegando-se em seu desconfortável dormidor, o sofrido traidor, arrependido dos amassas, passou sua mão calejada nos galos chocos  resultantes de ruidosas e temperadas panela(das).                                                                                     

                Como resultado do apetitoso, mas frustrado “banquete”, o namorador ficou uma semana de jejum, quando aprendeu que “MARIDO FERROLHÃO NÃO PASSA PRIVAÇÃO”.

 

 

Parnaíba, 20 de janeiro de 1985.

Xikin Karwalho

Nenhum comentário:

Postar um comentário