Cruviana
(Sousa Filho)
No arquejar
da noite, o frio aumenta.
Meus
instintos afloram intensos, sim.
A cruviana me
persegue dentro de mim.
Minha pele
sente a frieza que atormenta.
A procela
insiste; não se cala, não.
Sem fim, ela
perdura; resiste, teima.
Mantém esse
gelo que arde muito; queima.
Maltrata,
humilha, o meu coração.
Então, que
cesse o gelo que há em mim.
Quiçá cesse
também o gelo teu.
Que eu fale
pra ti tudo que sinto.
Que possa
novamente voltar a ser seu.
Que tu
reflitas! vês que não minto!
Para que que
não haja entre nós, o fim.
(*) Luiz Gonzaga de Sousa Filho é parnaibano, professor, poeta e cronista. Sousa Filho, como é mais conhecido, escreve em várias vertentes, uma vez que não se prende a nenhum estilo específico. Sua poesia é plural.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirO Poeta Sousa Filho tem um talento admirável, bem ao contrário de mim, cujo talento tá lento.
ResponderExcluirEmbora morando em Aracaju há 34 anos, não perdi um milésimo de milímetro de minha identidade piauiense. Quando menino, estive em São Pedro do Piauí várias vezes e foi lá que conheci a Cruviana. Pela madrugada, começavam a passar os tropeiros com suas cargas sobrer os burros e cavalos, estalando os chicotes no solo, produzindo um som estridente. Eu me arrepiada de medo, supondo ser a Cruviana. Somente depois, descobri que a Cruviana que tanto me metida medo, nada mais era que o frio da madrugada.
ResponderExcluir22 de abril de 2023 às 06:51