sábado, 22 de abril de 2023

POEMAS DE SOUSA FILHO(*)

 

 

Cruviana 


Foto: Portal dos Mitos



(Sousa Filho)

 

No arquejar da noite, o frio aumenta.

Meus instintos afloram intensos, sim.

A cruviana me persegue dentro de mim.

Minha pele sente a frieza que atormenta.

A procela insiste; não se cala, não.

Sem fim, ela perdura; resiste, teima.

Mantém esse gelo que arde muito; queima.

Maltrata, humilha, o meu coração.

Então, que cesse o gelo que há em mim.

Quiçá cesse também o gelo teu.

Que eu fale pra ti tudo que sinto.

Que possa novamente voltar a ser seu.

Que tu reflitas! vês que não minto!

Para que que não haja entre nós, o fim.


(*) Luiz Gonzaga de Sousa Filho é parnaibano, professor, poeta e cronista. Sousa Filho, como é mais conhecido, escreve em várias vertentes, uma vez que não se prende a nenhum estilo específico. Sua poesia é plural.


3 comentários:

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  2. O Poeta Sousa Filho tem um talento admirável, bem ao contrário de mim, cujo talento tá lento.

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  3. Embora morando em Aracaju há 34 anos, não perdi um milésimo de milímetro de minha identidade piauiense. Quando menino, estive em São Pedro do Piauí várias vezes e foi lá que conheci a Cruviana. Pela madrugada, começavam a passar os tropeiros com suas cargas sobrer os burros e cavalos, estalando os chicotes no solo, produzindo um som estridente. Eu me arrepiada de medo, supondo ser a Cruviana. Somente depois, descobri que a Cruviana que tanto me metida medo, nada mais era que o frio da madrugada.

    22 de abril de 2023 às 06:51

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