domingo, 18 de agosto de 2019

SESSENTA E OITO ANOS

Antonio Gallas
Quando jovem escrevi os seguintes versos:
Quando a velhice chegar
Muitas coisas terei pra contar.
Contarei das rosas, flores e perfumes
Das mulheres, amantes, dos ciumes,
Dos murmúrios, gemidos e queixumes.

Quando a velhice chegar...

Mas, afinal de contas, o que é mesmo velhice? A contagem progressiva (cronológica) dos anos  superior a meio século, ou o estado de espírito da pessoa?  
Há pessoas que se tornam velhas ainda quando crianças,  e há outas que mesmo com idade superior aos 90,  continuam jovens em seu estado de espírito. De uma forma ou de outra,  em julho passado completei 68 anos, apesar de já  ter passado da camada "idade do urubu" (come toda carniça que encontra, sem fazer qualquer seleção kkkk) e  estar agora na "idade do condor" (com dor na coluna, com dor nos joelhos, com dor nas pernas rsrsr...) e ainda,  com os cabelos  cor de neve, sinto-me ainda jovem nas minhas ações. Então, resolvi fazer um poema pra mim mesmo. E saiu assim:



SESSENTA E OITO ANOS

Sessenta e oito
Anos
Já se passaram
Desde que nasci.

Nem percebi.
Passa rápido.
O tempo,
Tal qual o vento,
O pensamento.

É como uma nuvem
Que passa,
Igual fumaça
Desaparece.

Bons momentos?
Nunca se esquece.
A juventude
Em toda plenitude...

Pra que lamentos?

A vida é boa
E não é à toa
Que se alcança
Sessenta e oito
Anos 
Com alma de criança,
Vividos,
Palmilhados,
Amados,
Compartilhados,
Também sofridos.

Por que não?

Quanto viverei?
Não sei.

Mas tenho certeza
Sempre amarei
A beleza,
A natureza
E a mulher com quem me casei!!!
                                   Parnaíba, 21 de julho de 2019.

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