Antonio Gallas
Ao ler “Gentileza e cavalheirismo não podem estar com os dias contados” de autoria do auditor fiscal Antonio Francisco Sousa, publicado
no Blog do poeta Elmar Carvalho, em 10/01/2017, veio-me à mente, que hoje em
dia, essas coisas do bem tratar, de se ser gentil, da boa educação, estão
ficando démodé. E por duas razões: uma, por esse torvelinho da vida da gente no
corre-corre pelos afazeres diários; outra, pelo medo da má interpretação do
interlocutor, como foi o caso citado no diálogo que ilustra a crônica acima
citada. O que seria uma gentileza da parte masculina, poderia ser interpretada
como um assédio pela parte feminina. Todavia nem uma das duas razões justifica
que não se possa ser gentil com outrem.
Após ler a crônica supracitada
quedei-me a refletir sobre um diálogo que tive com uma desconhecida que
transitava nas proximidades da praça da graça em Parnaíba e que por sua beleza
chamava a atenção de todos quantos com ela cruzavam, tamanha sua beleza e
elegância. Eu, admirado por sua beleza fiquei a observá-lo por um bom tempo. Ao
perceber que eu a estava observando-a, ela iniciou um diálogo, nada amistoso fazendo-me
a seguinte indagação: - Você nunca viu uma mulher na sua
vida? De pronto respondi: - muitas. Mas com a sua beleza são poucas. Então ela
retrucou: - Você me respeite! Do mesmo modo respondi-lhe: - Não estou lhe
faltando com respeito. Pelo contrário, estou lhe fazendo um elogio. Novamente
ela retrucou: - Você é muito audacioso, seu insolente! Vou dizer pro meu
marido. Eu não me fiz de rogado e respondi na mesma pisada, em cima das buchas:
- Pode dizer, mas tenho certeza que ele vai concordar comigo.
Esse diálogo que me inspirou a
escrever uma crônica qual inclusive foi publicada no Blog do Poeta Elmar com o
título de “Uma linda Mulher”, poderia ter me custado caro se ela entendesse que
eu a estava assediando ou mesmo sendo debochado ou insolente para com ela.
Mas, como dizia meu pai, o
comandante Moysés Pimentel, uma coisa puxa outra, lembrei-me também de que no
serviço público, quer seja federal, estadual ou municipal, muitos funcionários
não fazem um bom atendimento, não são gentis com as pessoas ou mesmo sequer se
dedicam à função que exercem. É claro
que existem as exceções. Há funcionários dedicados, gentis, que desempenham
suas tarefas com amor e dedicação ao
trabalho que fazem, enquanto que muitos comparecem à repartição onde são
lotados, apenas para cumprir o horário e garantir o salário integral no
contracheque ao final do mês.
Essas observações vêm a propósito de
algo que presenciei, ou melhor, vivenciei na companhia do poeta Elmar Carvalho,
aqui mesmo nesta “parnaibinha” (não
há pejorativo no termo, apenas a forma carinhosa de tratarmos a cidade)
abençoada por Nossa Senhora da Graça.
Poucos dias após o início deste ano,
recebo telefonema do poeta e romancista Elmar Carvalho, que também é juiz
aposentado, para que eu o acompanhasse a bibliotecas da cidade onde ele iria fazer
doações de livros de sua autoria, entre os quais o romance “Histórias de Évora”.
Aproveitei a oportunidade para levar
exemplares da última edição do Almanaque da Parnaíba- revista da Academia
Parnaibana de Letras - e também de levar outros livros que eu já havia prometido que iria doar. E assim fizemos.
Na Biblioteca Municipal fomos muito
bem atendidos pela professora Christiane Lins, bibliotecária e chefe de uma
equipe de funcionários bastante atenciosos. A professora Christiane fez questão
de nos mostrar todas as dependências da nova biblioteca pública de Parnaíba e
ficou a escutar nossas conversas por mais de uma hora inclusive depois da chegada do
professor Carvalho, um bom
proseador que atualmente reside em São
Luis capital do Maranhão.
Após as despedidas de praxe, fui com
o dr. Elmar a uma outra biblioteca. Desta feita de uma instituição pública de
ensino. A pessoa a quem ele havia
prometido que levaria os livros não se encontrava no momento, entretanto a
funcionária que lá estava atendeu-nos de
forma adversa ao atendimento que tivemos na Biblioteca Municipal de Parnaíba, hoje denominada Biblioteca Municipal
Senador Alberto Silva.
Diante dessas duas situações vem a
reflexão: o tempo e as leis fazem com que se perpetue o refrão de que “já não se fazem mais cavalheiros como antigamente” e com relação ao trabalho sabemos que a dedicação e o amor o tornam mais produtivo, compensador e nunca fatigante. E pelo que pude observar, o trabalho que está sendo desenvolvido na biblioteca municipal enquadra-se perfeitamente com o pensamento do célebre escritor e pensador libanês Khalil Gibran quando diz:
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