Petrópolis , Pedro e o luto
Por Altevir Esteves
O imperador escolheu sua morada
Na montanha e não longe do mar.
Percorria o bom caminho
Cercado pelo verde abundante
Ouvindo vento uivante
E dos pássaros o alegre cantar.
Ali viveu suas férias
Servido pelos escravos
Entre córregos e ramagens
Vendo encostas íngremes formosas
Jardins de cravos e rosas
Estradas de lindas margens.
De tudo hoje só nos resta
Escombros e tristezas.
As senzalas são nas encostas
Os córregos são lixeiras.
A morte não tira férias
O canto são só matérias
De famílias ceifadas inteiras.
Pedro de onde está
Talvez sinta o desvario
Que pasma o mais bruto.
Pois a paisagem que tanto amou
Hoje é muito triste
Seu dedo não é em riste
Sua montanha é só de luto.
Altevir Esteves (*) funcionário aposentado do Banco do Brasil, escritor, poeta, maratonista e membro da Academia Parnaibana de Letras - Cadeira nº 14.
Logo haverá o esquecimento...
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