Por Antônio Gallas
Ah, bons tempos aqueles! Mesmo no chamado período da "ditadura militar". O Sete de Setembro era um belíssimo espetáculo! Os colégios engalanados, com seus alunos devidamente uniformizados, suas fanfarras, bandas marciais, carros alegóricos, a desfilarem garbosamente pelas mais importantes ruas, avenidas e praças da cidades, a receber os aplausos do povo e das autoridades que, do palanque oficial, a tudo e a todos observavam.
Fonte: SEDUC -PI 09/2016 |
Ah bons tempo aqueles! Não havia xingamentos, não havia desacato às autoridades, não havia desrespeito. Havia sim competição entre as escolas, cada qual querendo exibir-se com melhor desempenho, melhor performance.
Tudo na mais perfeita ordem, sem qualquer interferência que pudesse vir a estragar a beleza do civismo do patriotismo, da reverência pela data.
Em Teresina, a parada do sete de setembro nessa época era na avenida Frei Serafim, a mais importante do centro da capital piauiense. Como era salutar apreciar o desfile das alunas do Colégio Sagrado Coração de Jesus ( Colégio das Irmãs), da Escola Normal Antonino Freire com suas fardas azul e branco. Era como se fosse um colírio para os olhos masculinos. Bonito também a organização dos colégios Domício, Leão XIII, Demóstenes Avelino, ( onde fiz o exame de admissão ao ginásio) São Francisco de Sales ( Diocesano) Zacarias de Góes ( o liceu piauiense) e a tradicional banda da então Escola Técnica Federal do Piauí. Tudo isso, repito, na mais perfeita ordem, no mais absoluto respeito. Respeito à data, respeito aos professores, respeito ao povo e, principalmente, respeito às autoridades constituídas. Apenas demonstração de civismo e patriotismo.
Em Tutóia alunos das escolas públicas e particulares marchavam com garbo e elegância a receber o aplauso dos presentes. Ainda lembro da Crisális Fonseca, baliza do Colégio Castelo Branco a fazer evoluções, à frente da escola, enquanto seus colegas a seguiam marchando pela Praça Getúlio Vargas e Rua Lucas Veras ao som da fanfarra sob a batuta e treino do sargento Magno, da Marinha do Brasil.
Havia alguma disputa? Sim. A disputa entre as bandas do Colégio Maritas e da Escola Técnica Federal do Maranhão, dirigida então pelo professor Ronald Carvalho. Cada uma delas procurava apresentar-se com a melhor performance na disputa do primeiro lugar, na preferência popular. Mas era uma competição saudável, sem qualquer tipo de agressão.
Ah, bons tempos aqueles!
No dia 07 a parada cívico-militar com componentes da Polícia Militar do Maranhão, Exército, Marinha, Aeronáutica e as bandas militares a executar dobrados como "Avante Camaradas", "Cisne Branco" além de outros, criando assim uma aura de civismo, patriotismo e também de romantismo.
Às escolas e aos militares associavam-se também entidades civis como os clubes de serviços ( Rotary, Lions), grupos de escoteiros, ex-pracinhas da FEB ( Força Expedicionária Brasileira que tinham o prazer em afirmar que lutaram na Batalha de Monte Castelo na Itália durante a Segunda Guerra Mundial) e muitos outros. Tudo, passo a passo acompanhado pelos brilhantes repórteres da Rádio Difusora do Maranhão Edy Garcia, Fernando Souza e grande equipe. Dia seguinte "A Difusora Opina" cronica do imortal Bernardo Almeida, reverenciava o sete de setembro e o aniversário de São Luis que transcorre dia 08, amanhã portanto, um dias após a comemorações da data do grito do Ipiranga. .
Em Parnaíba os desfiles seguiam pelas avenidas Capitão Claro e Chagas Rodrigues em direção ao Centro Cívico na Praça Santo Antonio.
Idealizado pelo engenheiro Lauro Andrade Correia quando prefeito de Parnaíba, o Centro Cívico, local das concentrações e solenidades cívicas da cidade, teve projeto arquitetônico de Regis de Atahyde Couto ( neto do tutoiense coronel Arthur Athayde).
Pe. Francisco Pinto quando professor foi responsável por alegorias em carros de escolas e pela organização do desfiles de sete de setembro em Parnaíba. |
Lembranças maravilhosas, Padre Pinto era um verdadeiro soldado social, todos os respeitavam.
ResponderExcluirVerdade Inês.
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