Com o título TUTÓIA AMANHECE DE LUTO o escritor e acadêmico Kenard Kruel ao noticiar o falecimento do cidadão, traça o seu perfil no texto que veremos a seguir:
Triste notícia acabo de receber. O falecimento agora pela manhã, dia 13 de setembro de 2021, do seu Luís Statua - Luís Ferreira da Silva, meu amigo e vizinho no Bairro São José, em Tutoia MA.
Seu Luís Statua nasceu em Tutoia Nova, a 25 de março de 1938. Era filho de Manoel Félix da Silva, fundador do Bairro São José, outrora Barra dos Félix, e de Edite Ferreira da Silva.
Deixou viúva dona Adalgisa Félix da Silva - dona Dalva, uma Santa na terra. A segunda pescadora a se aposentar em Tutoia Nova. O casal teve os filhos:
1) Francisca, nascida em Tutóia, às 4 horas da tarde de um sábado, a 14 de março de 1959. Teve os filhos: Lucilene; Francisco (Chico Branco); Andrade; José de Fátima; Fabenilson, nascido em São Luís, a 26 de setembro de 1991, casado com Roseli da Silva, nascida em Paulino Neves, a 1 de abril de 1986, com quem teve a filha Darlani, nascida em Tutóia, a 4 de janeiro de 2010; e Fagner;
2) Maria da Piedade, nascida em Tutóia, a 4 de agosto de 1961;
3) Conceição de Maria, nascida em Tutóia, a 12 de dezembro (ou 20 de novembro?) de 1963 (morreu aos 8 anos de idade, afogada numa lagoa perto de casa);
4) Pedro Paulo, nascido em Tutóia, a 29 de outubro de 1965. Casou-se com Maria da Luz Soares dos Santos, Daluz, nascida em São José dos Locádios, a 4 de janeiro de 1975. Daluz, antes de se casar com Pedro Paulo, teve, com Júnior, a filha Rogéria Soares, nascida em Sariema, em 1o de setembro de 1991 - Rogéria Soares casou-se com Jackson, com quem teve Carlos Murilo Soares, nascido em Tutóia, a 30 de maio de 2008 -, e o filho Rogério Soares, nascido em Tutóia, a 3 de novembro de 1994, filho de Antônio. Pedro Paulo, também antes de se casar com Daluz, teve, com Graça Félix da Silva, a filha Vânia Maria Ferreira Silva, nascida em Tutóia, a 22 de outubro de 1991, que se casou com Levi Félix da Silva, nascido em São Luís, a 29 de março de 1984, com quem teve Guilherme Silva Félix, nascido em Tutóia, a 22 de março de 2012. Pedro Paulo e Daluz tiveram os filhos: Raniele dos Santos Silva (Gaby), nascido em Tutóia, a 13 de março de 1996; Manoel Paulo Santos Silva, nascido em Tutóia, a 8 de setembro de 2001;
5) Iva Maria Silva Machado, nascida em Tutóia, a 18 de abril de 1967. Casou-se com Valdecir, com quem teve Francisco de Assis Ferreira da Silva, nascido em Tutóia, a 10 de outubro de 1985, casado com Celyane Silva, nascida em Tutóia, a 28 de janeiro de 1988. Tiveram os filhos: Bartolomeu da Hora Silva, nascido em Tutóia, a 2 de novembro de 2003 e Dalila da Hora Silva, nascida em Tutóia, a 5 de abril de 2007. Iva casou-se com Sérgio Alves Cardoso, nascido em Dianópolis, hoje pertencente ao Estado de Tocantins, a 15 de agosto de 1960. O casal teve os seguintes filhos: Sérgio Luís Alves Cardoso, nascido em Brasília, a 11 de outubro de 1992, e Andréa Alves Cardoso, nascida em Brasília. Casou-se com Alex Alves;
6) Manoel Paulo, nascido a 17 de julho de 1969 e falecido com 5 dias;
7) Manoel, nascido em Tutóia, a 5 de agosto de 1971 e falecido com 8 dias;
8) Luís Paulo, nascido em Tutóia, a 12 de dezembro de 1969. Casado com Ana Luiza da Silva, nascida em Veredas (povoado de Tutóia), a 4 de maio de 1978. Filha de Antônio Felipe Rodrigues e de Maria Alves da Silva. O casal não teve filho, mas adotou, desde pequeno, Thiago Fonseca, nascido em Tutóia, a 17 de outubro de 1998. Filho de Luzinete Fonseca e de José Antônio. Casou-se com Maria do Livramento Ribeiro da Conceição, nascida em Tutóia, a 12 de janeiro de 2000. Filha de José Milton da Conceição e de Alda Maria Ribeiro da Conceição. Thiago e Maria do Livramento tiveram o filho Josué Ribeiro Fonseca, nascido em Tutóia, a 16 de fevereiro de 2017;
9) José Paulo, nascido a 10 de julho de 1979, nascido no Hospital Lucas Véras, no centro da cidade.
Os demais filhos nasceram na Barra dos Félix, com parteiras.
Seu Luís Statua nasceu três dias depois de Tutoia Nova, esta do dia 23 de março de 1938. Antes se chamava Salinas, em razão da grande exportação de sal. Exportava para diversos países do mundo.
14 anos de idade, tornou-se mestre numa das canoas numa das canoas do pai Manoel Félix da Silva. "Tenho o orgulho de dizer que eu fui um dos melhores mestres de canoa, a pano e a remo, do meu tempo", me dizia sempre com orgulho.
O mar não tinha segredo para ele. "Eu aprendi tanta coisa com o mar. Eu sei a posição do mar, aqui na Barra dos Félix, onde eu nasci e fui criado, de qualquer parte do mundo. Em tal hora, em tal dia, eu sei o que a maré está fazendo. Eu sei se ela está enchendo ou se está vazando. A maré tem seis horas de enchente e seis horas de vazante. Se amanhã vai ser lua cheia, hoje, véspera de lua, quando for cinco horas da tarde, em todas as bocas de barra de praia ela vai estar começando a vazar. A maré não tem nada a ver com o sol, mas com a lua. Maré de lançamento, quando a lua está no meio do céu, direitinha, se se levantar de noite a lua vai estar no mesmo lugar. Na altura de meia noite, a maré estará seca em toda a praia. Só não estará seca se for dentro do rio. Há uma pausa pequena da maré seca para a maré cheia, mas não passa de cinco minutos. É a chamada pré-mar. É quando ela acaba de encher para vazar. É um balanço indo e voltando.
Depois das histórias de pescarias, o assunto principal do seu Luís Stauta era futebol: "sempre fui muito ligado a futebol. Eu tinha 9 para 10 anos, quando me iniciei na arte de jogar bola. Comecei invocado de pegar bola no gol. Eu era alto e fino. Um dia, quando entramos em campo, que fiquei de um lado e meus adversários do outro, o Bernardo, mais conhecido como Dôca, morador hoje em Ribamar, mas já de mudança para cá, olhou para mim e perguntou se era aquela “Stauta” que ia ser o defensor dos chutes dele. Ele só me chamou assim uma vez, mas pegou. Ele me botou o apelido, mas de vingança não deixei que ele fizesse um gol. E ele tinha fama de matador. Fui goleiro dos bons. Fechava o gol de tal modo que, por mais bem chutada e violência que viesse, a bola dificilmente entrava. Quando entrava, era festa para os adversários".
Seu Luís Statua era flamenguista dos mais apaixonados. Nunca o vi sem a camisa do flamengo. Quando o time ganhava, ele saía provocando quem encontrasse pela frente. Quando o time perdia, ele passava dias sem sair do quarto. Os amigos ficavam tirando sarro do meio da rua. Um dia o presenteie com tudo que pude comprar relacionado ao flamengo. Nunca o vi tão feliz na vida.
Dono de uma memória fabulosa, sempre recorria a ele para saber sobre Tutoia é personagens da história dela. Estes apontamentos deram origem ao livro Luís Statua - o homem e o mar de Tutoia, a sair em breve.
Escritor Kenard Kruel em sua residência no Bairro São José ao lado do senhor Statua ilustre morador desse bairro. |
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