Muita gente erroneamente atribui aos animais a denominação de "bichos brutos". Ledo engano. Muitos humanos às vezes são mais brutos do que certos animais irracionais. E não adianta entrarmos em detalhes, porque diariamente ao acompanharmos os noticiários presenciamos essas brutalidade, inclusive de pais que assassinam seus próprios filhos.
Imaginem se não fossemos temente a
Deus!
Nesta terça-feira, 27 de abril, após
ter participado, como expectador, da
Missa celebrada por Padre Antonio Cruz
na Igreja de Lourdes da Vermelha em Teresina pela passagem do Sétimo Dia de falecimento do meu sobrinho Durval de
Oliveira Pimentel Sobrinho, o Duda, infelizmente mais um a vítima do Covide. Após
ouvir as palavras do celebrante, senti-me leve, descontraído. Resolvi então ligar a televisão para ficar
inteirado dos últimos acontecimentos do país e do mundo. Por volta das 20 horas,
atento às notícias do Jornal da Band
ouvi para os lados do portão da garagem da minha casa, os gritos da nossa secretária doméstica que
aos prantos exclamava: a Solzinha! ...
a Solzinha!... a Solzinha!...
Corri para ver o que estava
acontecendo e a encontro em lágrimas, sentada numa cadeira do terraço. Ao ver-me
foi logo dizendo: — a solzinha morreu! mataram a solzinha, foi veneno!
Diante desse alvoroço, minha neta
Zaira Maria também começou a chorar.
—
Meu
Deus, pensei eu, hoje o dia começou triste e está terminando triste. Como será
então a noite? Tenho que me preparar para qualquer situação, ou seja, para o
que der e vier.
Cedo
da manhã havia recebido a notícia do falecimento, também por Covid, da minha
estimada colega Maria do Rosário de Fátima, professora de Português, com quem
tive o prazer de trabalhar no Colégio Chagas Rodrigues. Uma criatura agradável,
alegre, comunicativa, carinhosamente chamava-me de "galinhas" diminuitivo
de Gallas. Quem me deu a triste notícia foi o meu colega Rubem, funcionário do
Banco do Brasil, com quem Fátima foi casada e tiveram uma filha de nome Ana
Alzira. Dois dias atrás o mesmo Rubem havia me comunicado o falecimento do seu
irmão Francisco de Assis, o "Paínha" que residia na capital do
Mato Grosso, Cuiabá. Tudo muito triste!
A Solzinha fazia parte de um grupo
de 05 felinos adotados em minha casa. Dona Maria José, nossa secretária há doze
anos, quando decidimos que por conta da pandemia teria que abandonar a casa na
qual morava no Município de Ilha Grande, trouxe consigo a "Florzinha"
uma gata, em avançado estado de prenhez tanto que em 04 de maio de 2020 pariu
quatro belos filhotinhos. Um dos filhotes morreu dias depois. Ficaram então,
recebendo o carinho e os cuidados de dona Maria José e de todos nós, os seguintes
animais: o Blegue, que já morava conosco, a Solzinha, o Marrento, a Rolly e a
gata mãe chamada de Florzinha. Minha neta Zaira disse logo: - a solzinha é a
minha. É a mais bonita!
Solzinha e o irmão Marrento
Tomei conhecimento do que
acontecera. Solzinha jazia estendida ao solo em frente à casa vizinha ao lado
da nossa. Não vi marcas de sangue, muito menos machucões pelo seu corpo, porém,
antes que fizéssemos qualquer prejulgamento, minha filha Andrezza
(ela e Zaira estão conosco desde março do ano passado) sugeriu que deveríamos ver
as câmeras que temos instaladas na entrada de nossa residência. As imagens
gravadas nas referidas câmeras constaram que a gatinha tinha sido atropelada
por uma motocicleta. Uma cena, porém, surpreendeu-me e fez com que eu ficasse a
imaginar que animais, mesmo sem raciocínio, sem saber distinguir, penso eu, o
bem do mal, têm sentimento de solidariedade tais quais nós humanos e que são
capazes também de expressar amor tanto para nós humanos como para seus próprios
semelhantes.
As imagens mostraram inicialmente
quando Solzinha sai pelo portão de entrada, atravessa a rua e adentra ao
terraço de uma floricultura que fica em frente à nossa casa. Minutos depois
volta, e ao tentar atravessar a rua para retornar à sua morada é atropelada por
uma moto. Com o impacto do veículo o animalzinho foi atirado a mais ou menos 10
metros de distância do local em que estava, onde debateu-se, agonizou e faleceu.
Marrento e Blegue que estavam em
nossa calçada, no lado oposto, ao presenciarem o sofrimento da Solzinha
correram para onde ela se encontrava, mas, infelizmente, nada podiam fazer para
socorrê-la. Marrento caminhava de um lado para outro como que e perguntando o
que estava a acontecer enquanto o Blegue parado apenas observava.
Sabe-se que animais transmitem para
nós humanos um sentimento de amor. É a retribuição pela atenção, pelo carinho,
pelo amor que dedicamos a eles. A Solzinha por exemplo, diariamente, logo ao
amanhecer, postava-se à porta do quarto
da minha neta na espera de que quando Zaira saísse ela iria receber um carinho, um afago, uma
demonstração de amor.
Zaira e Solzinha no terraço da casa
Depois de providenciar a retirada do
corpo do animal do meio da rua, observei que os dois gatos que presenciaram o
acidente ficaram entristecidos a noite inteira, e continuam ainda tristes.
Como é o amor de nossos bichinhos tão grande, tão indefesos e corajosos não sabem o que lhes esperam, mais enfrentam sem medo para nós doar seu amor.
ResponderExcluirAmor que sentimos falta na perda mais que recordamos pois nunca nos deu dor.
É verdade sobrinha. Obrigado por ler e comentar.
ResponderExcluirVerdade! Minha filha tem um yorkshire micro e já temos uma certa convivência, oriunda de suas visitas. É impressionante. As vezes eu penso que ele sabe muito de todos nós. É uma graça. Me divirto!
ResponderExcluirMuito bom.
ResponderExcluirGosto de más de gastos,tenho 5 aqui em casa.
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