quarta-feira, 28 de outubro de 2020

ARARI EM DATAS

 



O Naufrágio da “Proteção de São José”

                                             João Francisco Batalha (*)


Nesta data de 28 de outubro,  no ano de 1965, registra-se no Maranhão, um dos mais comovedores e angustiantes naufrágio de lancha. Trata-se do afundamento da  “Proteção de São José”, ocorrido entre a  noite do dia 27 e a madrugada do dia 28 outubro de 1965. O soçobro ocorreu por volta da zero hora de terça para quarta-feira, quando a lancha chocou-se com um arrecife de pedras à altura do Tauá Redondo,  oeste da Baía de São Marcos e sudoenmte da Ilha de São Luís, no Gorfão Maranhense, partindo-se ao meio e provocando a maior tragédia marítima até então ocorrida em águas maranhenses. A embarcação pertencia ao arariense Sérgio Fernandes Chaves. Tinha como comandante o seu irmão Celino Fernandes Chaves, que faleceu trancado na cabine do comando. Estava de folga e dormia no camarote no momento do incidente. O imediato que se encontrava no comando, no momento do naufrágio era o prático José Araújo, natural de Cajapió e como motoristas Antoninho e Serginho Chaves, este filho do proprietário da embarcação. A lancha havia partido do Porto da Raposa, município de São João Batista, com destino a São Luís e estava carregada de farinha, abarrotada de porcos e superlotada de passageiros de São João Batista, São Vicente de Férrer, Matinha e Cajapió. Noventa e duas pessoas ao todo, entre homens, mulheres e crianças. Setenta e seis faleceram e dezesseis sobreviveram. Onze abraçados em tambores e peças de madeira e cinco a nado até  a Ilha dos Caranguejos. A passageira Marinete Duarte foi a única mulher a sobreviver ao naufrágio, juntamente com seu marido, Pedro Duarte, mas perderam a primogênita, com apenas dois meses de idade. Salvaram-se, também, os senhores Pedro de Geraldo, Sandaia, Batista de Pacherá e Quintino.  Dentre os cincos que sobreviveram a nado estavam Serginho Chaves, Santana e Antoninho Chaves, todos de Arari. A carga da Proteção de São José excedia à sua capacidade. Do mesmo porto, partiram no final da tarde daquela noite fatídica, no mesmo momento, além da “Proteção de São José”, as lanchas “Fátima” e “Maria do Rosário”. A Fátima, por ser mais veloz, tomou a dianteira. Antes, com o nome de “Marinez,” a “Proteção de  São José  pertencera aos empresários Antônio Buraco, Mário Prazeres e João Lindoso.

Fato curioso nesse episódio e causou grande perplexidade,  foi a morte do notável e exímio comandante de lancha, o experiente arariense Celino Fernandes Chaves.

(*) Presidente da Federração das Academias de Letras do Maranhão – FALMA  

 Original do “Arari em datas”, para o Blog do Prof. Gallas.


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