O poeta parnaibano Diego Mendes de Sousa escreveu uma série de poemas começando com a palavra GESTA, que na realidade significa uma composição poética, em forma de canção, que narra um fato real ou fictício. Está aí então a primeira delas:
GESTA DA ÁGUA
Nesta grandíssima manhã de primavera,
as portas
da minha casa
estão abertas
para a visita
fluida da beleza.
Altair é a susana da minha poesia
e da minha vida.
A solidão habitava o feiume
dos meus gestos e
querençoso eu esperava
o tempo.
Hoje caminho tardo pelo vento oeste.
Meu coração vagueia
no mapa das ruínas e
infesto o campo dos silêncios.
Cada ruído pressentido,
diz da alma.
Cada rastro revelado,
diz da vidência, essa alegria
a se eternizar.
Mancham os céus de um cinza cruel
e morrem
os oceanos
em mim.
Eu que sempre
fui água,
mansidão
de peixes
e de siris.
Ser líquido
na chuva,
rio no mar naufragado.
Eu que sempre
fui água,
a escorrer
pelo sangue das marés.
Ó manhã
devastada no belo!
Assim é a ceia farta
dos maremotos escondidos!
Queda,
quebra,
estrondo
elegia da natureza
encantada,
sou água!
Poema de Diego Mendes Sousa
Fotografia de Chico Rasta
sobre a Praia do Coqueiro, litoral do Piauí.
Muito bom!!!!
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