Por Altevir Esteves (*)
Se você aceitou que uma mulher concebesse um filho seu,
É um pai;
Se você assistiu os batimentos do filho através da barriga onde estava,
É um pai;
Se você saiu na madrugada para comprar remédios ou levar a esposa grávida ao médico, para proteger mãe e filho,
É um pai;
Se você deixou de comprar bebidas e uma camiseta nova para comprar o enxoval do futuro bebê,
É um pai.
Se você pegou o bebê ao colo, mesmo desajeitado, e fez carinho apenas segurando o dedinho,
É um pai.
Se você passou a noite em claro, mesmo sabendo que teria problemas no trabalho no dia seguinte, assistindo o choro inconsolável da criança, nem reclamar,
É um pai.
Se você brincou de game ou de bola, sem entender nada do que estava fazendo, colocou o filhote na cacunda, mesmo atropelado pelos afazeres,
É um pai.
Se você adotou como seu o filho da creche, da nova esposa, do sobrinho órfão,
É um pai.
Se você levou a criança ou adolescente à escola, aguentou firme as reuniões de pais e mestres,
É um pai.
Se você aceitou as escolhas do filho ou filha, de qualquer espécie ou gênero, com ou sem suas recomendações e conselhos,
É um pai.
Porque, o pai que transita entre nós é aquele que recebeu e aceitou, mesmo que inconscientemente, a incumbência do abrigo da vida em corpo terreno. Alguns fazem melhor ou não, alguns se destacam outros padecem; alguns levam ao altruísmo, outros fogem à luta;
Mas sem eles não existiríamos em carne, não nos colocaríamos na posição de largada para nossa corrida de evolução.
Como Deus, que nos concebe o direito de escolhas, mas que nos alerta quando estamos ameaçados à deriva, ser pai é mostrar os caminhos e deixar que o filho faça opções, sem entretanto, abandoná-los ao sempre.
A todos aqueles que de algum modo contribuíram para o realizar de nossas existências, FELIZ DIA DOS PAIS!
(*) Altevir é funcionário aposentado do Banco do Brasil, foi gerente da Agência de Parnaíba, é poeta e escritor e membro da Academia Parnaibana de Letras - APAL.
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