segunda-feira, 12 de junho de 2017

CONGRATULAÇÕES PELA POSSE NA ACADEMIA DE LETRAS


 

                Quando da minha posse na Academia Parnaibana de Letras, recebi muitas mensagens de congratulações de pessoas amigas, algumas pessoalmente, outras através das chamadas redes sociais, facebook, whatsapp etc, principalmente dos amigos que residem em outras cidades ou em outros estados.
            Com o advento da Internet e o aprimoramento das novas tecnologias que tornaram as comunicações mais fáceis e mais rápidas, enviar uma mensagem via whatsapp, facebook, tweeter ou e-mail é coisa fácil e, principalmente porque tornou-se um hábito entre as pessoas.
            Dentre estas mensagens de congratulações e parabéns dirigidas à minha pessoa, uma, em forma de carta, muito me sensibilizou qual me foi entregue pelo próprio signatário, meu colega, aposentado, assim como eu, do Banco do Brasil, sr. Raimundo Edilson de Moreira Nunes, conhecido popularmente como “Seu Didi”. Ei-la ipsis litteris:
Seu Didi e esposa Climene
            “Caro amigo e colega Gallas,
            Você acaba de ganhar mais um fã. Você e a APL.
            A solenidade/festa ocorrida no Centro de Convenções da OAB-PI – seção Parnaíba – foi simplesmente memorável, para mim, e para todos – acredito.
            Num ambiente liberal, descontraído, saudável e por mim desconhecido, foi-me imensa e grata surpresa participar, a seu convite, de evento de tal magnitude, onde pude sorver, além do espirito de camaradagem ali existente, o alto teor de intelectualidade dos integrantes da mais alta Confraria da terra de Simplício Dias.
            Pelas biografias dos novéis acadêmicos, pude aquilatar a sabedoria e a cultura de todos, expressas nas palavras dos oradores que ali se manifestaram.
            Nestas minhas palavras, quero avisá-lo, de antemão, que longe de mim está a pretensão de disputar o pedestal por você alcançado, tendo em vista duas razões:
1ª - falta-me cabedal necessário para tão ingrata concorrência;
2ª - não desejo tornar-me imortal, e ficar como “alma penada” perambulando por ai – não faz o meu gênero, procrastinando o aparecimento de outras (almas) ou o surgimento de novos talentos na cultura Parnaibana (tudo – relativamente à 2ª razão – brincadeira de minha parte, é evidente, você há de compreender).
            D’ágora em diante, permita-me amigo imortal (não colega nessa seara), transmutar-me em critico literário, e tecer alguns comentários a respeito de suas obras “Eulália” e “La Belle D’jour”, compostas no magnifico e reconhecido internacionalmente estilo do nosso famoso Jorge Amado, que tão bem retratam o povo brasileiro, e particularmente o nordestino, com seu linguajar intimista, coloquial e cheio de sensualidade, igual ao seu – sucinto, porém completo, nos contos que li na manhã seguinte ao evento. “La Belle D’jour” – As estripulias de seu sobrinho (Prodamor ou Prodomor? – penso que personagem fictícia, não?), são semelhantes (não com o mesmo desfecho trágico) as por mim praticadas.
            A história: em Floriano (minha terra) ao lado do colégio onde estudava, havia uma pensão na qual moças do interior (mais do maranhão e todas bonitas e novas) se hospedavam para frequentar os estudos naquele educandário. Descobrimos, eu e o filho do diretor e proprietário do colégio, que do alto da caixa-d’água do prédio podíamos ter uma visão (deslumbrante) das garotas tomando banho (por certo que inteiramente peladinhas). Tínhamos uma visão, repito, como se vê, privilegiada, cinematográfica – ao vivo. Na qualidade de filho, meu companheiro de aventura facilmente “roubava” as chaves do imóvel para a nossa invasão ocular tão esperada aos finais de semana, longe da vigilância dos “velhos”, e desfrute nosso um pouco perigoso, pois a escada para atingir o alto (de madeira) balançava muito, e uma queda poderia ser fatal. Mas valia o risco, não acha você?

            Se o desfecho não foi tão traumático quanto o do seu sobrinho, o efeito foi inapagável na minha memória (dói até hoje), pois, descoberta a estripulia, o sr. Diretor que também era Promotor de Justiça (íntegro e justo) exarou o seguinte veredicto: “mocinho”(era assim que ele se dirigia a todos os seus alunos), eu pensava que o sr. era direito.
            Lá se foi o meu conceito de bom aluno, não só por culpa do filho do dono do colégio mas, e principalmente, dos hormônios, dos sonhos eróticos e do despertar da paixão carnal da juventude. Milagre; mas o seu relato fez ressurgir a libido e o tesão de um velho (melhor, idoso) de 75 anos. Na realidade, sou um cara novo... Minha certidão de nascimento é que é velha.
            “Eulália - descrição mais que perfeita para uma “ZBM”, ambiente tão do meu conhecimento e frequência, nos velhos tempos – bem entendido.
            La na minha Floriano tinha “Os Lajeiros” (da alta) e o “Pau num cessa” (dos lascados). A semelhança era total (já não existem mais) com a sua “Boate Bela Vista”. Por lá no “Pau num cessa” (de 2ª é claro) deparei-me numa noite com uma negra escultural (é o termo correto), de cuja beleza jamais esqueci e, ao adentrar o seu cubículo (e era mesmo), tive uma visão do que era o belo – simples, a porta era uma empanada de fios de plástico (não tinha, portanto, fechadura), iluminação era um tosca lamparina. Pode crer. A condição financeira não me permitia melhor escolha. Para tomar coragem tomavam-se duas ou três talagadas de cachaça (veja que o gosto/preferência já é antigo) tendo como tira-gosto, apenas, uma porção de paçoca, por sinal, mixuruca, vendida na calçada. Grana para a cerveja era miragem.
            Desculpe-me a repetição dos temas. Não foi plágio, todavia, por tudo, meus agradecimentos pelo honroso convite (para o casamento!?).
            Valeu por inteiro, notadamente pela ausência de vaidade ou ostentação.
            Gosto das coisas simples e autênticas.
            Um abração do admirador – Didi / maio / 2017 – PHB”.   
            Agradeço ao amigo e colega Didi pelas palavras elogiosas registradas em sua missiva, assim como agradeço também a todos quanto compareceram à nossa festa (minha, do Breno, do dr. Cajubá e do Padinha e da Academia) e se manifestaram acerca do evento. O negrito convite para o casamento!? Foi feito por mim, e explico: encontro-me com o colega Didi na parte interna da agência centro do Banco do Brasil e disse-lhe, em tom de brincadeira “vou mandar-lhe um convite para o meu casamento” em vez de dizer-lhe que seria o convite para a posse na APAL.


            Valeu amigo. Suas palavras me envaidecem e me estimulam a cada vez mais procurar aprimorar meu trabalho literário e jornalístico, norteado pelo senso da responsabilidade e da ética, princípios básicos para o exercício da cidadania em qualquer atividade do ser humano.

 

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