Quando
da minha
posse na Academia Parnaibana de Letras, recebi muitas mensagens de
congratulações de pessoas amigas, algumas pessoalmente, outras através das
chamadas redes sociais, facebook, whatsapp etc, principalmente dos amigos que
residem em outras cidades ou em outros estados.
Com
o advento da Internet e o aprimoramento das novas tecnologias que tornaram as
comunicações mais fáceis e mais rápidas, enviar uma mensagem via whatsapp,
facebook, tweeter ou e-mail é coisa fácil e, principalmente porque tornou-se um
hábito entre as pessoas.
Dentre
estas mensagens de congratulações e parabéns dirigidas à minha pessoa, uma, em
forma de carta, muito me sensibilizou qual me foi entregue pelo próprio
signatário, meu colega, aposentado, assim como eu, do Banco do Brasil, sr.
Raimundo Edilson de Moreira Nunes, conhecido popularmente como “Seu Didi”. Ei-la ipsis litteris:
Seu Didi e esposa Climene |
“Caro amigo e colega Gallas,
Você acaba de ganhar mais um fã. Você e a APL.
A solenidade/festa ocorrida no Centro de Convenções da
OAB-PI – seção Parnaíba – foi simplesmente memorável, para mim, e para todos –
acredito.
Num ambiente liberal, descontraído, saudável e por mim
desconhecido, foi-me imensa e grata surpresa participar, a seu convite, de
evento de tal magnitude, onde pude sorver, além do espirito de camaradagem ali
existente, o alto teor de intelectualidade dos integrantes da mais alta
Confraria da terra de Simplício Dias.
Pelas biografias dos novéis acadêmicos, pude aquilatar a
sabedoria e a cultura de todos, expressas nas palavras dos oradores que ali se
manifestaram.
Nestas minhas palavras, quero avisá-lo, de antemão, que
longe de mim está a pretensão de disputar o pedestal por você alcançado, tendo
em vista duas razões:
1ª - falta-me cabedal
necessário para tão ingrata concorrência;
2ª - não desejo
tornar-me imortal, e ficar como “alma penada” perambulando por ai – não faz o
meu gênero, procrastinando o aparecimento de outras (almas) ou o surgimento de
novos talentos na cultura Parnaibana (tudo – relativamente à 2ª razão – brincadeira
de minha parte, é evidente, você há de compreender).
D’ágora em diante, permita-me amigo imortal (não colega
nessa seara), transmutar-me em critico literário, e tecer alguns comentários a
respeito de suas obras “Eulália” e “La Belle D’jour”, compostas no magnifico e
reconhecido internacionalmente estilo do nosso famoso Jorge Amado, que tão bem
retratam o povo brasileiro, e particularmente o nordestino, com seu linguajar
intimista, coloquial e cheio de sensualidade, igual ao seu – sucinto, porém completo,
nos contos que li na manhã seguinte ao evento. “La Belle D’jour” – As
estripulias de seu sobrinho (Prodamor ou Prodomor? – penso que personagem
fictícia, não?), são semelhantes (não com o mesmo desfecho trágico) as por mim
praticadas.
A história: em Floriano (minha terra) ao lado do colégio
onde estudava, havia uma pensão na qual moças do interior (mais do maranhão e
todas bonitas e novas) se hospedavam para frequentar os estudos naquele
educandário. Descobrimos, eu e o filho do diretor e proprietário do colégio,
que do alto da caixa-d’água do prédio podíamos ter uma visão (deslumbrante) das
garotas tomando banho (por certo que inteiramente peladinhas). Tínhamos uma
visão, repito, como se vê, privilegiada, cinematográfica – ao vivo. Na
qualidade de filho, meu companheiro de aventura facilmente “roubava” as chaves
do imóvel para a nossa invasão ocular tão esperada aos finais de semana, longe
da vigilância dos “velhos”, e desfrute nosso um pouco perigoso, pois a escada
para atingir o alto (de madeira) balançava muito, e uma queda poderia ser
fatal. Mas valia o risco, não acha você?
Se o desfecho não foi tão traumático quanto o do seu
sobrinho, o efeito foi inapagável na minha memória (dói até hoje), pois,
descoberta a estripulia, o sr. Diretor que também era Promotor de Justiça
(íntegro e justo) exarou o seguinte veredicto: “mocinho”(era assim que ele se
dirigia a todos os seus alunos), eu pensava que o sr. era direito.
Lá se foi o meu conceito de bom aluno, não só por culpa
do filho do dono do colégio mas, e principalmente, dos hormônios, dos sonhos
eróticos e do despertar da paixão carnal da juventude. Milagre; mas o seu
relato fez ressurgir a libido e o tesão de um velho (melhor, idoso) de 75 anos.
Na realidade, sou um cara novo... Minha certidão de nascimento é que é velha.
“Eulália - descrição mais que perfeita para uma
“ZBM”, ambiente tão do meu conhecimento e frequência, nos velhos tempos – bem
entendido.
La na minha Floriano tinha “Os Lajeiros” (da alta) e o
“Pau num cessa” (dos lascados). A semelhança era total (já não existem mais)
com a sua “Boate Bela Vista”. Por lá no “Pau num cessa” (de 2ª é claro)
deparei-me numa noite com uma negra escultural (é o termo correto), de cuja
beleza jamais esqueci e, ao adentrar o seu cubículo (e era mesmo), tive uma
visão do que era o belo – simples, a porta era uma empanada de fios de plástico
(não tinha, portanto, fechadura), iluminação era um tosca lamparina. Pode crer.
A condição financeira não me permitia melhor escolha. Para tomar coragem tomavam-se
duas ou três talagadas de cachaça (veja que o gosto/preferência já é antigo)
tendo como tira-gosto, apenas, uma porção de paçoca, por sinal, mixuruca,
vendida na calçada. Grana para a cerveja era miragem.
Desculpe-me a repetição dos temas. Não foi plágio,
todavia, por tudo, meus agradecimentos pelo honroso convite (para o casamento!?).
Valeu por inteiro, notadamente pela ausência de vaidade
ou ostentação.
Gosto das coisas simples e autênticas.
Um abração do admirador – Didi / maio / 2017 – PHB”.
Agradeço ao amigo e colega Didi pelas palavras elogiosas
registradas em sua missiva, assim como agradeço também a todos quanto
compareceram à nossa festa (minha, do Breno, do dr. Cajubá e do Padinha e da
Academia) e se manifestaram acerca do evento. O negrito convite para o casamento!? Foi feito por mim, e explico:
encontro-me com o colega Didi na parte interna da agência centro do Banco do
Brasil e disse-lhe, em tom de brincadeira “vou mandar-lhe um convite para o meu
casamento” em vez de dizer-lhe que seria o convite para a posse na APAL.
Valeu amigo. Suas palavras me envaidecem e me estimulam a
cada vez mais procurar aprimorar meu trabalho literário e jornalístico,
norteado pelo senso da responsabilidade e da ética, princípios básicos para o
exercício da cidadania em qualquer atividade do ser humano.
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