quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

CRÔNICA


LADRÕES FANTASMAS?
Antonio Gallas
 
 
            Ladrões reais todos sabem que existem. As cadeias estão cheias deles. As carceragens da Polícia Federal em Curitiba também.
            No princípio eram apenas pessoas pobres que se aventuravam a roubar ou furtar um objeto qualquer, muitas vezes levadas pela fome, pelo desespero de não ter o dinheiro para comprar o que comer ou para o sustento da família.
            Na minha época de jovem, estudante, era praxe durante as férias, na minha cidade Tutóia, subtrairmos uma “penosa” de algum galinheiro de um amigo para saborearmos degustando uma “loira suada” ou mesmo com a tradicional cuba libre muito em voga naqueles tempos. Eu por ser de certo modo medroso, praticava o ato lá mesmo no quintal de casa, até o dia em que fui descoberto pela minha irmã Belinha. O epílogo dessa história eu não vou contar...
            Hoje, com o advento das novas tecnologias os ladrões não são mais aquelas pessoas pobres, necessitadas, como antigamente. São ricas, algumas até milionárias e não precisam pular cercas ou muros de quintais para botar as mãos naquilo que não lhes pertencem. De seus próprios gabinetes, escritórios de luxo com ar condicionado, secretárias bonitas e com uma gama de assessores, eles praticam seus atos criminosos. Basta um simples toque no aplicativo instalado em um celular moderno ou, alguns toques no teclado do computador, que o roubo está feito. Mas esses são ladrões reais. Embora queiram atuar como fantasmas, mas são ladrões reais e acabam sendo descobertos, traídos pelas próprias ferramentas de trabalho, ou seja, os instrumentos das novas tecnologias como o computador e os iPhones.   Mas estes, repito, são ladrões reais! E os políticos estão aí para provar o que digo!
            Agora, ladrões fantasmas que roubam equipamentos de informática de prefeituras?  É a primeira vez ouço falar neles.
            Em minha geração, nossa infância foi marcada por alguns heróis das Histórias em Quadrinhos (HQs) e mais tarde imortalizados no cinema. Entre os quais era leitor assíduo de, Gasparzinho, o Fantasminha Camarada, um personagem norte-americano das HQs cujo principal desenhista foi Warren Cremer. Tinha também o Pluft, o Fantasminha, criação da escritora e dramaturga brasileira Maria Clara Machado. Lembro-me também de O Fantasma um herói mascarado, de nacionalidade inglesa  que combatia o crime num país africano chamado Bangalla. O Fantasma foi uma criação de Lee Falk que também criou o mágico Mandrake.  O principal desenhista deste herói foi Phill Davis.             Esses fantasmas acima citados, não roubavam nada de ninguém,  não transferiam dinheiro para  bancos suíços nem para as ilhas Cayman, não compravam chácaras nem apartamentos tríplex de luxo, nem joias caríssimas. Quando muito, uma travessura aqui, outra ali, para assustar as pessoas. Mas tudo não passavam de brincadeiras. Roubar ou furtar eles nunca fizeram.
             A Sétima Arte se encarregou de imortaliza-los e criar outros tantos como Piratas do Caribe, O Motoqueiro Fantasma, e até uma história de amor Ghost, do outro lado da vida, que foi estrelado por  Patrick Swayze, Demi Moore, Whoopi Goldberg  e grande elenco.  No Teatro, o espetáculo musical O Fantasma da Opera que tive oportunidade de assistir  na Broadway em Nova York quando lá  estive.
            Fantasma nasceu da imaginação popular. Atribui-se à   alma ou espírito de uma pessoa ou animal falecido que pode aparecer para os vivos de maneira visível ou através de outras formas de manifestação.  É, para melhor dizer, uma assombração. Sendo alma, espírito ou assombração, para que queriam roubar objetos que não lhes pertencem? O que esses fantasmas pretendiam roubando os computadores dessa prefeitura? E por incrível coincidência a prefeitura roubada pelos fantasmas ladrões foi a da cidade de Novo Gama, que fica no entorno de Brasília. Dizem por aí que o Distrito Federal concentra hoje a maior quantidade de ladrões deste país.  E como afirma José Simão o Esculhambador Geral da República:  “bumemba... buemba”... É mole? É mole mas sobe... rá...rá...ra...

 

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