LADRÕES FANTASMAS?
Antonio Gallas
Ladrões reais todos sabem que existem. As cadeias
estão cheias deles. As carceragens da Polícia Federal em Curitiba também.
No princípio eram apenas
pessoas pobres que se aventuravam a roubar ou furtar um objeto qualquer, muitas
vezes levadas pela fome, pelo desespero de não ter o dinheiro para comprar o
que comer ou para o sustento da família.
Na minha época de jovem,
estudante, era praxe durante as férias, na minha cidade Tutóia, subtrairmos uma
“penosa” de algum galinheiro de um amigo para saborearmos degustando uma “loira
suada” ou mesmo com a tradicional cuba libre muito em voga naqueles
tempos. Eu por ser de certo modo medroso, praticava o ato lá mesmo no quintal
de casa, até o dia em que fui descoberto pela minha irmã Belinha. O epílogo
dessa história eu não vou contar...
Hoje, com o advento das
novas tecnologias os ladrões não são mais aquelas pessoas pobres, necessitadas,
como antigamente. São ricas, algumas até milionárias e não precisam pular
cercas ou muros de quintais para botar as mãos naquilo que não lhes pertencem.
De seus próprios gabinetes, escritórios de luxo com ar condicionado,
secretárias bonitas e com uma gama de assessores, eles praticam seus atos
criminosos. Basta um simples toque no aplicativo instalado em um celular
moderno ou, alguns toques no teclado do computador, que o roubo está feito. Mas
esses são ladrões reais. Embora queiram atuar como fantasmas, mas são ladrões
reais e acabam sendo descobertos, traídos pelas próprias ferramentas de
trabalho, ou seja, os instrumentos das novas tecnologias como o computador e os
iPhones. Mas estes, repito, são ladrões
reais! E os políticos estão aí para provar o que digo!
Agora, ladrões fantasmas que roubam equipamentos de
informática de prefeituras? É a primeira
vez ouço falar neles.
Em minha geração, nossa
infância foi marcada por alguns heróis das Histórias em Quadrinhos (HQs) e mais
tarde imortalizados no cinema. Entre os quais era leitor assíduo de, Gasparzinho,
o Fantasminha Camarada, um
personagem norte-americano das HQs cujo principal desenhista foi Warren Cremer.
Tinha também o Pluft, o Fantasminha,
criação da escritora e
dramaturga brasileira Maria Clara Machado. Lembro-me também de O Fantasma
um herói mascarado,
de nacionalidade inglesa que combatia o
crime num país africano chamado Bangalla. O
Fantasma foi uma criação de Lee Falk que também criou o mágico Mandrake. O principal desenhista deste herói foi Phill
Davis. Esses fantasmas acima
citados, não roubavam nada de ninguém,
não transferiam dinheiro para
bancos suíços nem para as ilhas Cayman, não compravam chácaras nem
apartamentos tríplex de luxo, nem joias caríssimas. Quando muito, uma
travessura aqui, outra ali, para assustar as pessoas. Mas tudo não passavam de
brincadeiras. Roubar ou furtar eles nunca fizeram.
A Sétima Arte se encarregou de imortaliza-los
e criar outros tantos como Piratas do Caribe,
O Motoqueiro Fantasma, e até uma história de amor Ghost, do outro lado da vida, que foi estrelado por Patrick Swayze, Demi Moore, Whoopi Goldberg e grande elenco. No Teatro, o espetáculo musical O Fantasma da Opera que tive oportunidade de assistir na Broadway em Nova York quando lá estive.
Fantasma nasceu da imaginação popular. Atribui-se à alma ou espírito de uma pessoa ou animal falecido que pode aparecer para os vivos de maneira
visível ou através de outras formas de manifestação. É, para melhor dizer, uma assombração. Sendo alma, espírito ou assombração, para que queriam
roubar objetos que não lhes pertencem? O que esses fantasmas
pretendiam roubando os computadores dessa prefeitura? E por incrível coincidência
a prefeitura roubada pelos fantasmas ladrões foi a da cidade de Novo Gama, que
fica no entorno de Brasília. Dizem por aí que o Distrito Federal concentra hoje
a maior quantidade de ladrões deste país. E como afirma José Simão o Esculhambador Geral da República: “bumemba...
buemba”... É mole? É mole mas sobe... rá...rá...ra...

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