O GLUTÃO E A LOIRA
Um belo olhar aprofunda outro
belo olhar e ao seu encontro persegue a razão da existência da paixão. Ele um
belo varão, ela uma loira deslumbrante, de cabelos esvoaçantes. Ele cheio de
tesão, Ela cheia da razão para aceitar a complementação fatídica, porém
laboriosa. Ele doido pra esfregar seu inicial prostático, Ela sedenta por um
exame, embora superficial, de suas partes impinantes. E que partes. Tudo
inrriba, tudo virgem, leve e solto. Ele tímido, mas empurrado pelo desejo
carnal, Ela expansiva, mas segura pela regra de que não podia facilitar tanto e
nem tão pouco, pois desde cedo aprendeu com sua Santa Mãe que o malvado
endurecido não tem ombro. Ele 15 anos, idade onde desponta os craques no descascamento
da banana coruda, ela 13 aninhos, idade onde já deixa a boneca de lado e passa
a atentar os Filhos da Mãe.
O
primeiro encontro foi marcante e arrepiante. Aconteceu na casa de uma vizinha,
onde ocorria um aniversário. Os papos iniciais e de aproximação foram infantis
and pró-juvenis. Até pareciam que estavam embriagados. E estavam mesmo, afinal
bebiam doses de Eros Afrodite, sem gelo.
Conversaram muitas futilidades. Mas as nuvens não passaram em branco. Aconteceu
um toque de dedos, quando quase ocorre um choque neuvragico. Ele ficou
extasiado, ela revirou os Óios e apaixonada ficou.
"Ambos os dois" não conseguiram dormir naquela noite. Deitados,
cada qual em sua cama e em suas casas olhavam, para a lâmpada propositadamente
deixada acesa, e viam a lua, e a esta lua imaginada realizavam juras de amor
eterno. Ele se pegava com Santa Joana, Ela se pegava com São Fernando. Rezas e
promessas foram feitas.
Os
dias foram passando e o namoro esquentando. De mão na mão já no segundo dia,
foram passando pra mão naquilo e adentraram nas descobertas naturais que fluem
do encontro de dois belos corpos calientes. Ele um jovem falante e
desembaraçado, que declamava versos com desenvoltura, em alto e bom tom, Ela
adorava sua falação, tanto que estava sempre de olho na lapa de língua do seu
amado. No qui era qui Ela matutava quando pra língua dele olhava? Num se sabe
nem se tem conhecimento, pois este segredo Ela guardou pra si. Ela era calada
mas atuante, procurava participar de todos os atos laborais and from nuviais,
com desenvoltura e sofreguidão. Quando estava labutando seus neurônios
transpiravam progesterona, suas idéias ficavam atordoadas ao mesmo tempo em que
proporcionava aberturas fron of frontais and ocipitais. Ele com seu olfato
apurado e ao sentir o aroma da transpiração de sua primeira love, endoidava, chegando a ponto de não mais poder
usar camisa pra dentro das calças.
O “in Love” estava pego. Tudo era lindo e maravilhoso. Até que certo
dia foram uruburservar a lua lá na Pedra do Sal, praia afrodisíaca e
pecaminosa. Pegaram uma carona no caminhão do Deputado. Sabidos que só,
resolveram ficar dentro da boleia. Lua
lá, apalpações cá. Claridade lá, escuridão cá. Ventava lá, cá pingava suor de
dois corpos em brasa. Até
parecia que queriam descobrir o fogo através do esfregão dos seus corpos. Tudo
estava a mil maravilhas, até que Ele resolveu declamar um verso de amor,
analtecendo a lua e as estrelas. Ela, atordoada das idéias, aproveitou aquele
lingão dando sopa e sartô um beijão em sua
boca. Grudou com toda força e deu um puxão endoidecido and endiabrado. Ele
revirou os olhos que lacrimejavam de dor. A dor foi tamanha que o antes tesudo,
foi baixando e baixou. Ela se apercebendo do ato tresloucado, perguntou:
-
Que tens Amoooorrr?
Ele, sofrido e desterrado,
respondeu:
-
Quiquiqui tu tens? Estas popopoposuída do dededemônio?
-
Eu só queria provar de seu avantajado instrumento
chupador.
-
Tá papaparecendo quiquiqui tu tátátá é doida,
tarrrr-rada.
Ela perplexa com o atual estado
do antes extasiado amado, perguntou:
-
Você tá gaguejando?
-
Numnumnum sei, sósósó sei qui to momentaneamente broxa.
A lua ficou encoberta por nuvens
turvas e o casal foi obrigado a voltar para casa, tristes e encabulados. No
outro dia Ele foi para o médico. Lá chegando contou sua aventura lunática. O
entendido foi logo dizendo:
-
A tua glote foi estrupada.
-
Eeee agora dotô? Numnumnum tem remédio?
-
Não tem mais jeito.
Você vai ficar gago pra sempre.
O pior de tudo é que o “in love”
teve seu fim e Ele ainda hoje está marcado pelo canibalismo de sua sonhada
loira esfuziante e Ela ainda hoje está à procura de um dançarino de Lambadão, e
que seja Eterno.
Moral da estória: “nunca se deve
ir com muita sede ao pote, pois o mesmo pode ser de barro”.
Parnaíba, 01 de Outubro de 2001.
Xikin Karwalho
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