O QUALIRA, O BAITOLA E
A RAPARIGA DE TUTÓIA.
Antonio Gallas
Quem
nunca ouviu alguém chamar outro de qualira ou de baitola? Estas duas palavras
que se referem aos homossexuais, gays, veados etc... tiveram suas origens nos estados do Maranhão e Ceará
respectivamente. Como todas as expressões, adágios ou palavras jocosas que
usamos na nossa língua tiveram uma razão de ser, uma origem, essas não poderiam
ser diferentes. Sobre qualira existem várias versões de como se originou,
contudo com relação a baitola existe apenas uma. Vamos então às origens:
O Wickdicionário (dicionário livre) na
internet traz a seguinte versão: “termo comum encontrado no Maranhão; de acordo
com as pessoas mais antigas do estado surgiu no carnaval, que era basicamente
de rua e no qual se apresentavam vários blocos carnavalescos fazendo alegria da
população com seus instrumentos musicais e marchinhas de carnaval pelas ruas da
capital, São Luís. Dizem que em um desses blocos havia um rapaz afeminado que
se destacava por tocar lira (instrumento de cordas dedilháveis ou tocadas com
plectro, de larga difusão na antiguidade). Daí sempre que ele aparecia as
pessoas gritavam: "la vem ele com a lira" e nisso foi diminuindo a
frase "com a lira" até chegar a "qualira". Por ser
afeminado o termo foi associado a todos os afeminados do estado. Daí em diante,
no Maranhão, todos homossexuais são chamado popularmente de qualira".
Outra versão para
qualira é a que apresenta o Dicionário inFormal (SP) também na internet que diz
o seguinte: " no Maranhão, recém descoberto no ensino de seus rebentos, e dizem que os moçoilos que optavam pelo instrumento "Lira" e pelo porte avantajado do instrumento no deslocamento com tal peça das camaretas e bandas os ostentavam com dificuldade, pois tinham que apoiar o peso da mesma na parte lateral da região glútea, acarretando com isso um rebolado e todos gritavam "aí vai um homem(?) com a lira" que por acrossemia virou coalira depois pejorativamente e de duplo sentido falado qualira.
Existe ainda mais uma versão de que dois amigos assistiam a uma retreta quando um deles apontou um dos músicos dizendo "aquele aí é viado". Qual?, perguntou ou outro. E o primeiro identificando: "aquele co'alira" (com a lira). E vai daí... qualira!
O
certo é que a palavra tem certa relação com o instrumento musical Lira muito
usado nos séculos XVII e XIX.
Já o baitola surgiu na época em que os
ingleses estavam construindo as ferrovias no Brasil. Vamos à história.
Veio designado para ser o Superintendente da Rede
Ferroviária do Ceará um engenheiro inglês de nome Francis Reginald Hull, o
famoso Mr. Hull (pronuncia-se Mister Ráu) que deu nome a uma das principais
avenidas de Fortaleza. Mr. Hull era homossexual assumido, porém muito exigente no
trabalho. Por conta de sua rigidez muitos dos trabalhadores da ferrovia (peões)
não gostavam dele.
Como se sabe os estrangeiros têm dificuldade em
pronunciar certas palavras da nossa língua.
No inglês a letra (I) tem som de ai e a vogal (O ) tem o som de ô (como
em ovo). Assim Mr. Hull tinha dificuldade de pronunciar a palavra bitola, que
significa a distância entre um trilho e outro. Desta forma sempre que ele ia
pronunciar a palavra bitola pronunciava BAITOLA.
E assim todas as vezes em que ele se aproximava de onde estavam os trabalhadores, estes, que não gostavam da sua rigidez no trabalho e também pelo modo como eram tratados por ele, diziam: "Lá vem o doutor baitola! “Lá vem o doutor baitola”!
A partir daí, no Ceará a palavra baitola passou a ser associada ao homossexualismo masculino.
E assim todas as vezes em que ele se aproximava de onde estavam os trabalhadores, estes, que não gostavam da sua rigidez no trabalho e também pelo modo como eram tratados por ele, diziam: "Lá vem o doutor baitola! “Lá vem o doutor baitola”!
A partir daí, no Ceará a palavra baitola passou a ser associada ao homossexualismo masculino.
Agora os leitores devem
estar perguntando: o que tem qualira e baitola a ver com a rapariga de Tutóia?
Nada, mas tem a questão da pronuncia das vogais I e O na língua inglesa
conforme foi explicado.
Maria, uma rapariga que
vivia a esperar fregueses no Porto de Tutóia (isso décadas passadas na época
que Tutóia servia de Porto para o Piauí) caiu nas graças de um mexicano que
viajava em um navio de bandeira inglesa. O Chico, como assim era chamado, ensinou
a Maria um pouco da língua Bretã inclusive os sons dos vocábulos.
Clandestinamente conseguiu leva-la no porão de um navio para uma viagem ao
estrangeiro. Em Nova York visitaram os principais pontos turísticos da cidade,
inclusive o Empire State Building - um arranha-céu de 102 andares à época
considerado o mais alto do mundo. Maria esqueceu-se das lições do Chico e
pronunciava as palavras da forma que estavam escritas como se fosse
Português. O Chico pacientemente explicou tudo a Maria
novamente... E numa bela noite, ela fala pra ele: “Ô Chaico, traz aai o painaico que eu quero fazer xai-xai”!
O que a Maria queria
dizer era: "ô Chico, traz aí o pinico que
quero fazer xixi ...”
Você adorou a imagem do bofe né professor? Amazing grace!💕😘
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