Crônica de Antonio Gallas
Inicio esta crônica com uma indagação: quem neste mundo, nunca recebeu um presente? O que este ato significa para quem dá, ou recebe um presente? O ato de dar e receber presentes, segundo as enciclopédias é uma prática que transcende culturas e tempos, e na maioria das vezes, o objetivo é fortalecer os laços de amizade entre as pessoas, além de ser uma expressão de generosidade, amor e apreço. É a valorização do relacionamento, e cria um momento de emoção, de alegria, para quem dá e para quem recebe.
Aqui não vou me referir aos presentes de gregos para troianos, nem ao recente episódio da guerra entre Israel e Hezbollah, muito menos àquela história que minha avó contava que existiam dois vizinhos, um pobre e o outro abastado, sendo que o rico, certa vez, durante o Natal, mandou para o pobre uma caixa de estrume, envolta em papel de presentes. O mais pobre recebeu e agradeceu, enviando ao vizinho outra caixa contendo as mais belas flores colhidas no jardim de sua casa, acompanhada com um cartãozinho no qual continha a seguinte inscrição: oferecemos aquilo que temos!
Então, quero referir-me aos presentes que ganhei neste ano de 2024. Embora tenham sido vários, de muitos amigos, todavia quero me referir a estes que aqui vou relacioná-los:
Primeiro, uma máquina de escrever Olivetti LETTERA 35 em perfeitas condições de uso, e que me foi presenteada pelo Francisco das Chagas de Souza, casado com a minha prima Maria do Livramento Oliveira de Souza, conhecida na nossa intimidade por Lili.
Em Tutóia o Francisco das Chagas era estimado e conhecido por todos como Chagas do Correio, pois, trabalhou na empresa por longos anos até ser transferido para o Ministério da Marinha e vir morar em Parnaíba, onde prestou serviços na Capitania dos Portos do Piauí até se aposentar. Chagas é de Piripiri mas adotou Parnaíba como sua cidade.
O segundo, uma caneta tinteiro no estilo Parker 51 que me fora presenteada pelo confrade Antonio de Pádua Marques em uma das solenidades da Academia Parnaibana de Letras; e agora, neste período em que estou convalescente das cirurgias de catarata realizadas em agosto e setembro, um pequenino rádio de fabricação chinesa da marca Sansui, apropriado para reproduzir multimídias, acompanhado de um pen drive com centenas de músicas que me fizeram viajar pelos tempos românticos da minha adolescência, ao ouvir MPB, chorinhos com os Demônios da Garoa, fados na voz do cantor português Francisco José, e muitas outras músicas que fizeram sucesso em décadas passadas, e que ainda hoje, continuam sendo sucessos.
Este presente me foi dado pelo poeta, escritor romancista Licurgo Montenegro Neto idealizador do Clube Literatura ao Luar, e por sua esposa, Maria da Graça, a doutora Gracinha, procuradora aposentada da Fazenda Federal, que inclusive foi quem escolheu as músicas que estão no pen drive, demonstrando assim, o seu bom gosto musical.
Adorei!!!
Por fim, para não me alongar muito, nesta semana que hoje finda, recebi a visita do poeta conterrâneo maranhense Jota Cunha, acompanhado de sua esposa, a enfermeira Heduvirges Dola que me presentearam um litro de Cachaça Artesanal de Gengibre, fabricada no Paraná, que tão logo, eu receba a alta médica, irei degustá-la com camarão vindo da minha terra natal Tutóia, que tem a fama de produzir o melhor camarão do mundo. Aliás, o Jota Cunha já havia me presenteado, pelo meu aniversário em julho passado, com dois livros, sendo um deles a Divina Comédia (Inferno, Purgatório e Paraíso), famoso clássico da literatura universal escrito por Dante Alighieri e o outro "Memória de Fogo" , a parte II - as caras e as máscaras - do saudoso escritor uruguaio Eduardo Hughes Galeno.
E assim quando recebemos um presente agradecemos, e por esta razão, diariamente ao despertar cedo da manhã, agradeço a Deus pelo maior presente que recebo: a vida! Agradeço também por todos os outros presentes que Deus nos oferece todos os dias. Além da vid, poder apreciar a natureza, ouvir o canto dos pássaros, degustar os alimentos saborosos, sentir o cheiro das flores e, principalmente, sentir o cheiro da mulher amada. E hoje, nesta data de 28 de setembro, quero agradecer a Deus pelo maior presente que ele me deu: a minha amada esposa Maria da Graça, a Cisa, como nós chamamos na intimidade, que hoje, está colocando mais uma flor no Jardim florido de sua existência; mais uma primavera, exatamente no mês em que começa a estação mais florida do ano. Parabéns a minha esposa pelo seu aniversário e obrigado meu Deus por ter colocado esta FLOR no jardim da minha existência. Obrigado meu Deus por esse presente maravilhoso que ganhei há 47 anos passados!
NOTA DO AUTOR: crônica lida no programa Comentando os Fatos na Rádio Educadora PHB em 28/09/2024 e publicada na edição de nº 4093 do Jornal Norte do Piauí.
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