Por João Batalha
Em meu humilde recinto de trabalho e pesquisa, que
chamo de escritório, no alto da garagem de minha residência, de frente para o
sul da Ilha do Amor, entre livros, computador e objetos de informática, me
deleito diariamente, no final do entardecer, com o espetáculo de beleza das
revoadas de guarás (garças vermelhas).
Em bandos, diariamente esvoaçam rumo leste/oeste,
em direção à Ilha do Cajual, que fica próxima à Baía de São Marcos, pontilhando
os céus de vermelho. No sentido contrário o voo sincronizado ocorre às 6 horas
da manhã quando vão à cata de alimentos na costa Icatuense do litoral
norte/leste maranhense. O crepúsculo do azul do céu, escuro e enuviado, ou
fulgurante e ensolarado, conforme a atmosfera, contrasta com as revoadas dos
Eudocimus ruber de plumagens escarlate que
seguem em direção aos seus dormitórios. Voam e
revoam da embocadura do Gurupi, divisa do Pará/Maranhão, ao Delta das Américas, na barra do Parnaíba, limite do Maranhão/Piaui. Destarte
povoam e enchem de beleza a beira
mar em meio a angras, ilhas, baias e
praias do meio norte, tais como
Iriri Mirim, Maracaçumé,
Tromay, Cumã, São Marcos, Caju, Carrapatal, Santaninha,
Canárias entre outras situadas próximas aos Lenções e extremo norte dos
municípios de Carutapera, Godofredo Viana,
Cândido Mendes, Guimarães, Alcântara, Humberto de Campos, Primeira Cruz,
Santo Amaro, Barreirinhas, Tutoia,
Araioses e outros. É um
espetáculo de extraordinária beleza, com
o qual me deleito quase todos os dias, da sacada do meu escritório, no
intervalo das minhas atividades juntas ao computar. A concentração das aves em
revoada em frente à minha casa é um encanto sem igual. Não é raro ver-se, nos
bandos, em determinadas épocas do ano, alguns de cor parda ou escuro castanha,
que são os filhotes afoitos já em pleno voo, acompanhando os adultos. Com
características físicas idênticas às majestosas garças, de graça, beleza,
elegância e brancura, abundantes na Baixada Maranhense, o íbis-escarlate El
Corocora Colorada, para nós guarás-piranga, de plumagem vermelha e lustrosa, é
uma das espécies mais bonitas e elegantes da fauna maranhense, porém destinada
à extinção pela ameaça de extermínio dos manguezais do golfão, reentrâncias,
enseadas e estuários maranhenses, áreas de proteção ambiental de grande
importância para os pássaros migratórios e sede hemisférica de defesa das aves
limícolas. Sua coloração vermelha decorre do pigmento da comida existente nos
lamaçais dos mangais da costa maranhense, abrigo de reprodução de caranguejos,
crustáceos e moluscos, dos quais se alimentam. À proporção que envelhecem, sua
cor se torna mais vermelha brilhante, tensa e bonita. É um espetáculo de plena
beleza assisti-los em revoada nos diversos pontos de São Luís, a Ilha do Amor.
PERFIL
João Francisco Batalha é Gestor de
RH e Administrador Público. Economiário foi gerente de 6 agências da Caixa
Econômica Federal. Presidente da Federação das Academias de Letras do Maranhão,
pertence a 14 confrarias, sendo, uma internacional; nove no Brasil; e quatro no
Maranhão. Cinco destas são maçônicas; e nove são sodalícios, confrarias e
clubes. Jornalista registrado na DRT-MA e associado à ABI, é articulista com
participação em diversos órgãos de imprensa, com livros publicados sobre,
navegação, famílias e meio ambiente do extremo Baixo Mearim. Tem participação
em diversas coletâneas do Maranhão e do Brasil. Filiado à ADESG e Doutor em
Filosofia Univérsica P.h.I, Filósofo Imortal, foi o homenageado do ano 2018,
pela Elos Literários Nacional em Salvador/BA. Ainda em 2018, recebeu a Medalha
do Mérito FALMA; foi o homenageado do ano pela ALAC e I Bienal de Arari; e
Personalidade do ano, de Paço do Lumiar, pela Academia Luminense de Letras. Em
2020, em Salvador/BA, recebeu a Medalha Senhor da Literatura, concessão do
Movimento Nacional Elos Literários. Coleciona mais de uma dezena de Comendas,
Medalhas e Diplomas de Honrarias.
(Presidente da Federação das Academias de Letras do Maranhão – FALMA)
batalha@elointernet.com.br
Parabéns pelo belo texto professor. A Mãe Natureza agradece o seu olhar por Ela.
ResponderExcluirO texto não é de minha autoria mas sim do escritor Francisco Batalha, que é o presidente da Federação das academias de Letras do Maranhão - FALMA
ExcluirBelíssimo texto. Um abraço apertado.
ResponderExcluirLindo, parabéns confrade Batalha
ResponderExcluirParabéns meu irmão!
ResponderExcluir