sexta-feira, 11 de setembro de 2020

MULHERES ARARIENSES NA POLÍTICA - continuação

Por João Francisco Batalha*

João Francisco Batalha

 OUTRAS ARARIENSESES COM DESTAQUES NA POLÍTICA MARANHENSE

Marluce Costa Moraes Ataíde, eleita em 2008 e 2012, exerceu dois mandatos de vereadora no município de Barreirinhas, e  foi secretária da Câmara Municipal.   

Marinilde Alves de Souza Melo, arariense que foi  prefeita de Vitória do Mearim.

Aurinete Freitas Almeida, ativista política. Professora graduada em Pedagogia e pós-graduada em Docência Superior e em Ciências Humanas, é ex- Secretária de Educação do município de Arari.

 Foi candidata a prefeita de Arari em 2012, pelo PP, a vereadora em 2016 pelo PMDB.

Foi professora no Colégio Arariense.  

Na Fundação Cultural de Arari, da qual é Conselheira, foi Auxiliar Administrativa, Diretora de Educação e Diretora do Colégio Comercial de Arari.

Exerceu, também, as funções de Auxiliar Administrativa da Prefeitura,  Auxiliar de Promotoria,  Auxiliar  do Judiciário e Chefe do Cartório Eleitoral.

Professora concursada do Estado foi Diretora Pedagógica da Escola Dr. Milton Ericeira.

Conselheira  de Representantes da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação – UNDIME, é  Secretária de Educação o município de Santo Amaro do Maranhão e pré-candidata a vereadora de Arari pelo MDB nas eleições de 2020.

 

Lurdinha Gusmão, assistente social que exerceu grande influência política em Zé Doca/MA,  onde ocupou  a pasta da Secretaria de Assistência Social do município durante 6 anos de gestão do seu pai, prefeito  João Gusmão, arariense  que foi, também, vereador, presidente da Câmara e prefeito de Vitória do Mearim; duas vezes prefeito de Monção; e vice prefeito e prefeito de Zé Doca. Candidata a prefeita pelo PTB,  em renhida disputa eleitoral Maria de Lurdes Santos Gusmão não se elegeu prefeita de Zé Doca, mas  posteriormente,  exerceu o comando do Cartório do Primeiro Ofício do município que  lhe rende várias homenagens.

 

 Beni Batalha,  nascida Benedita dos Prazeres Batalha,  na Tresidela do Bonfim do Arari, alterado para Batalha Gonçalves com o advento do casamento. Noventa e um anos de idade, viúva,  10 filhos, 23 netos e 14 bisnetos, foi primeira-dama do município de Pio XII e conviveu, no dia-a-dia,   com as pugnas políticas eleitorais de Pio XII e Vitória do Mearim e, em quase todas,  desfrutou  do sabor da vitória.  Seu marido, Wilson  Gonçalves foi prefeito de Pio XII.  O sogro, Pedro Gonçalves duas vezes prefeito de Vitória e duas de Pio XII. O cunhado,  José Maria Gonçalves, prefeito de Vitória.  O outro cunhado, José Maria Rodrigues, disputou eleição tumultuosa e violenta para a prefeitura de Vitória do Mearim. Seu tio, Mundiquinho Batalha,  três vezes prefeito  de Pio XII e o primo Carlos do Biné, é o atual prefeito deste município e pré-candidato a reeleição nas eleições 2020.  Criou e deu dignidade a todos os filhos. Mesmo sendo ela e seu marido pessoas pacíficas, não escaparam da ferocidade e impetuosidade da política interiorana  e  da fúria e violência perpetrada pela cabralhada do prefeito José Maciel (de Vitória do Mearim)  e em 1955  tiveram o lar invadido pela soldadesca e capangada do opositor político. Diante das ameaças e acossamentos, para não se submeterem às coações e constrangimentos,   obrigaram-se  na solidão da noite, evadir-se  montados  em mulas, burros e  cavalos, com filhos pequenos e colaboradores, por caminhos íngremes da Melindrosa, onde moravam, até a  distante Cigana, quartel General e abrigo político e seguro do sogro, guarnecido e protegido por seguranças e jagunços.

 

Maria Muniz, arariense ilustre, ativista política atuante e inteligente que exerceu diversas atividades, além de notária do Cartório do Segundo Ofício da Comarca de Arari,  entre os anos de 1962 a 1965. Na  política partidária, foi militante do  barriguismo alinhado ao vitorinismo.  Teve uma trajetória de altos e baixos,  de aplausos  e reversos em sua cidade natal. Nunca disputou cargo eletivo, mas  seu pai foi primeiro suplente de vereador, desclassificado da titularidade pelo critério do desempate da idade. Maria do Espírito Santo Muniz participava com autenticidade dos conchavos da política local e dedicava-se com paixão, corpo e alma à causa que abraçava, fosse  ela política ou social. Trabalhou com o empresário Cipriano Ribeiro dos Santos, como secretária nas atividades comerciais e escriturária do Engenho Santa Margarida e  posteriormente, como secretária do Posto de Puericultura de Arari, na gestão da senhora Perolina Santos.  Arrimo dos pais idosos e responsável pelo sustento da família  não escapou da ira dos adversários que lhes tomaram o Cartório com festas e foguetórios. Agredida fisicamente em plena via pública de Arari, foi também,  em 1962, hostilizada com chacotas, quando assumia a posição destacada em curso de cooperativismo ministrado em Arari pela Missão Intermunicipal Rural Arquidiocesana (MIRA), não se safou das pilhérias com os qualificativos pejorativos que lhes crismavam seus algozes. Ultrajada e ferida na alma, caiu em prantos do qual fui testemunha, mas não se igualou aos agressores pelas provocações  que lhe foram dirigidas no momento.


A pedido do  deputado Milton Ericeira, laborou na Prefeitura de Arari, na gestão do prefeito Caiçara, onde foi Inspetora de Educação e Chefe do Serviço de Alistamento Militar,  período de onde não guarda boas recordações.

 Entusiasta, batalhadora e colaboradora pela fundação do Colégio Comercial de Arari, fundado em 11 de agosto de 1967  e instalado em 30 de março do ano seguinte, do mesmo foi destacada aluna, porém como recompensa por sua dedicação, foi atingida pelo golpe da ingratidão e de forma arbitrária, desmerecida e injusta excluída do quadro de alunos do estabelecimento.

Surgiu  oportunidade de retornar ao Cartório de Arari, mas por motivos políticos partidários  não foi contemplada.

Submetida a concurso público de âmbito estadual para o Cartório de Bacabal, foi  aprovada em segundo lugar e não obstante a desistência do primeiro colocado,    o que  lhe garantiria imediata nomeação para o exercício da função, teve o amargor e a consternação de ouvir de um magistrado, que seu  nome teria sido vetado e sua prova anulada, por determinação política.

 Mudando-se de Arari para São Luis, concluiu os ensino médio e se graduou como Técnica em Contabilidade, ao mesmo tempo em que trabalhou no “Armazém Gonçalves Dias”, na  “Mara Confecções”  e na representação da “Boroughs”, no Maranhão, onde foi secretária e  gerente. Zelosa no trabalho e sempre demonstrando domínio na atividade laboral, foi convidada a exercer a chefia do Funrural da cidade de Pedreiras, o que fez com desenvoltura e competência.

Se o  Arari não a distinguiu o quanto a mereceu, foi  Pedreiras quem lhes  abriu os braços e lhe deu guarida com muito  carinho e distinção.

Foi e é uma guerreira.

 

OUTROS DESTAQUES LOCAL

  Outras mulheres  se destacaram em nossa urbe no campo da educação, cultura e do saber. Justifico a omissão porque o espaço é pequeno para  enumerá-las, razão pela qual ficamos somente na semeadura da política, assunto que nos foi solicitado escrever. Listar o nome de todas as professoras que prestaram relevantes serviços em prol da educação arariense, é, também,  impossível neste espaço. Mas citamos algumas que, infelizmente, se mantém no anonimato  dos nossos escribas e historiadores, e entre outas, citamos  Celízia Nunes Chidiak, normalista que exerceu o magistério com simplicidade e competência, e por muitos  anos, sendo  diretora da Escola Catulo da Paixão Cearense, no  povoado Sítio.  Maria Lopes no Curral da Igreja e no Bonfim.   Zózima Lima Prazeres, no Bonfim.  Maria Vale, Ivone Santos, Maria Everton, Jó Pestana e Maria Santos no Bonfim e em Arari. Beni Ribeiro, no Barreiros; Mônica Prazeres Barros, no Perimirim; Almerinda Prazeres Batalha, nas Moitas; Maria Sabina, Raimunda dos Santos, Teodora dos Santos Prazeres, Chiquita Bogéa, Anicota Bogéa, Amélia Alves Cutrim, Antônia Nina Nunes, Zizi Oliveira, Zilda Rodrigues Fernandes, Maria do Carmo Pires, Mariana Santos,  Marú Ericeira, Benedita Ericeira, Luzia de Jesus Ericeira, Mary Salomão,  Maria Madalena Prazeres, Maria da Conceição Fernandes e tantas outras mestres  professoras que  as precederam, foram suas coetâneas ou as sucederam na árdua missão de educar e que vivem no incógnito de nossas autoridades.

E, finalmente, exaltamos a beleza da mulher arariense, criatura de sublimes ideais, carinhos e ternuras. Poema de felicidade e abrigo quente de  todos os bens, mulheres de encantos que cantam e encantam com seus cantos,  nos acalma e conquista nossas almas.

Para não dizer que não falei de flores, cito em nome da formosura arariense, Olga Salomão. Foi Rainha da Festa de Arari, representante de beleza maranhense no Rio de Janeiro, candidata a Miss Guanabara e citada  pelos cariocas,  para ser candidata a Miss Brasil.

 

*João Francisco Batalha é o presidente da Federação das Academias de Letras do Maranhão.

 

 

Um comentário: