Antonio Gallas
O Jornal Nacional, edição desta segunda feira 23.10,
mostrou uma reportagem sobre a precariedade das escolas públicas em alguns
municípios do Maranhão e sobre o montante que esses municípios irão receber
para serem aplicados exclusivamente na área da educação.
Infelizmente, Tutóia, minha cidade natal, fez parte dessa
reportagem que mostrou escolas funcionando no quintal de um bar, numa casa
inacabada, sem qualquer estrutura para abrigar dignamente os alunos. As
cadeiras e as carteiras são velhas, o chão de cimento e paredes ainda sem
pintura. O casebre , segundo a reportagem, "não tem nenhum pátio ou refeitório para as crianças".
O município vai receber 42 milhões, conforme foi dito na
reportagem, para aplicar exclusivamente na educação. Ai sim, as crianças
poderão ter um transporte escolar digno, com segurança (o que não é oferecido
pelos paus-de-arara) e deixaremos de ter escolas em quintais de bares, ou em
casas de farinha como ainda acontece no município.
Esse dinheiro é referente a uma ação movida pelo
Ministério Público Federal de São Paulo, que detectou que, durante os anos de
1998 e 2006, o governo federal depositou menos do que deveria para a educação
dos municípios de 19 estados, entre eles o Maranhão.
A União foi condenada a pagar R$ 98 bilhões a esses
municípios.
Todavia, o prefeito da cidade que não entende
"bulhufas" de administração pública, muito menos de educação, está
relutante em fazer cumprir o que determina o Supremo Tribunal Federal que é
aplicar a verba somente na educação.
Em entrevista à TV
Mirante em São Luis no mês passado e hoje (23.10.2017) no Jornal Nacional, o
prefeito disse "ser um exagero
gastar todo esse dinheiro na educação".
Claro que quem descumprir o que determina o Supremo
Tribunal Federal irá ser punido pelas instâncias superiores como o Tribunal de
Contas da União, e o prefeito sabe disso, tendo em vista que já foi advertido,
pois recentemente participou em São Luis, juntamente com outros prefeitos do
Maranhão, de uma reunião tratando sobre o assunto.
Ainda referente a Tutóia, recentemente circulou nas redes
sociais (whatsapp principalmente) o vídeo de uma reportagem do Jornal Hoje
mostrando cenas de vandalismo de uma invasão à casa do prefeito. O vídeo é
antigo e aconteceu na administração do ex-prefeito Zilmar Melo que entregou o
cargo para o seu sucessor Diringa Baquil em 2008. Quem liderou essa invasão foi
o atual prefeito Romildo Damasceno que está cometendo o mesmo erro do prefeito
da época: atrasar salários dos funcionários. Zilmar, que faleceu
em novembro de 2015, recebeu, ainda em vida, indenização do estado pelos
prejuízos que teve quando da invasão à sua residência.
É necessário que o prefeito Romildo reveja seu
posicionamento sobre a aplicação desses recursos, pois descumprir uma decisão do
STF implicará em graves consequências, não apenas para ele prefeito, mas
principalmente para a educação do município.
Cabe a nós, eleitores, deixarmos de escolher administradores
com mentalidade retrógrada, sem qualquer preparo para administrar um município.
Vamos começar a partir da próxima eleição.
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